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Nigéria diz ter matado 300 militantes do Boko Haram

Forças nigerianas mataram mais de 300 combatentes do Boko Haram durante uma operação, enquanto os países vizinhos estão cada vez mais envolvidos nas guerras


	Membros do Boko Haram: combates mais recentes aconteceram em um momento no qual a maré parece virar contra o Boko Haram
 (AFP)

Membros do Boko Haram: combates mais recentes aconteceram em um momento no qual a maré parece virar contra o Boko Haram (AFP)

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Da Redação

Publicado em 18 de fevereiro de 2015 às 15h22.

Maroua - Forças nigerianas mataram mais de 300 combatentes do Boko Haram durante uma operação para recapturar 11 cidades e vilarejos desde o início da semana, informaram os militares nesta quarta-feira, em uma guerra que envolve cada vez mais os vizinhos Camarões, Chade e Níger.

Os combates mais recentes aconteceram em um momento no qual a maré parece virar contra o Boko Haram, já que as nações vizinhas, assoladas pelos ataques nas fronteiras, estão atuando mais contra os insurgentes.

Em meio a uma preocupação global crescente, Nigéria, Camarões, Chade, Níger e Benim estão preparando uma força de 8.700 efetivos para enfrentar os islâmicos.

“Armas e equipamentos também foram capturados, e alguns destruídos”, disse o porta-voz nigeriano da defesa, o major-general Chris Olukolade, sobre os confrontos. “Entretanto, dois soldados perderam as vidas, e outros 10 ficaram feridos.” Não foi possível verificar de forma independente a declaração dos militares. As forças da Nigéria já foram acusadas de aumentar as baixas inimigas e diminuir suas próprias e as de civis no fogo cruzado.

As forças camaronesas, apoiadas pela Força Aérea do Chade, realizaram ataques aéreos e usaram artilharia pesada contra o Boko Haram no vilarejo de Gourgouroon, na divisa entre Nigéria e Camarões, relatou o porta-voz do Exército camaronês, o coronel Didier Badjeck.

Com ataques incansáveis contra militares e civis, o Boko Haram já matou milhares de pessoas e sequestrou centenas desde que iniciou, em meados de 2009, sua violenta campanha para criar um califado, ameaçando a estabilidade da maior economia e maior exportador de petróleo da África, assim como de toda a região.

O Boko Haram foi citado como razão para o adiamento em seis semanas da eleição presidencial nigeriana, marcada para o sábado passado. Na terça-feira, o líder do grupo, Abubakar Shekau, apareceu em um vídeo monitorado pelo Grupo de Inteligência SITE, sediado nos Estados Unidos, no qual ameaçou perturbar a votação. Os militantes veem a democracia como contrária ao islamismo.

Os soldados nigerianos afirmaram ter reconquistado a cidade estratégica de Monguno, às margens do Lago Chade, onde quatro países se encontram, do Boko Haram na segunda-feira. Mais de cinco mil pessoas fugiram da localidade depois que os insurgentes a tomaram no mês passado.

A violência no nordeste ameaçou as perspectivas de reeleição do presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, acusado de fazer muito pouco para proteger os civis dos militantes, embora as vitórias recentes possam fazer a opinião pública pender a seu favor.

A cooperação cada vez maior entre os vizinhos da Nigéria também está atraindo doações para ajudar a combater os islâmicos, e o Exército dos EUA está fornecendo equipamento e inteligência aos aliados.

Na segunda-feira, presidentes das 10 nações da Comunidade Econômica de Estados Centro-Africanos (CEEAC, na sigla em inglês) prometeram criar um fundo emergencial de 87 bilhões de dólares para a empreitada.

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