Nicolas Maduro (Matias Delacroix / Correspondente/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 30 de outubro de 2024 às 13h45.
Última atualização em 30 de outubro de 2024 às 14h38.
O governo de Nicolás Maduro convocou o embaixador venezuelano em Brasília, Manuel Vadell, que partirá em breve rumo a Caracas. Em nota oficial, os venezuelanos informaram ainda, que chamou o encarregado de negócios da Embaixada do Brasil na Venezuela, Breno Hermann, “para manifestar a mais firme rejeição às recorrentes declarações de ingerência e grosseiras de porta-vozes autorizados pelo governo brasileiro, em particular do assessor especial para Assuntos Externos, Celso Amorim, quem, se comportando como mais um mensageiro do imperialismo americano, se dedicou de forma impertinente a emitir julgamentos de valor sobre processos que cabem apenas aos venezuelanos e venezuelanas e suas instituições democráticas ".
Maduro acusou Amorim de ter cometido uma “agressão constante, que mina as relações políticas e diplomáticas entre os Estados, ameaçando os laços que unem ambos os países”.
A Venezuela voltou a questionar a decisão do Brasil de se opor à entrada do país ao Brics, na cúpula de chefes de Estado realizada semana passada na cidade russa de Kazan. De acordo com a ditadura de Maduro, a posição do Brasil “atenta contra os princípios fundamentais da integração regional, expressados na Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), assim como na longa historia de unidade nossa região”.
A convocação do embaixador venezuelano no Brasil e o chamado para pedir explicações ao encarregado de negócios brasileiro em Caracas são, no manual da diplomacia, dois gestos de desagrado da Venezuela por ações do governo brasileiro. Um passo seguinte seria decidir o não retorno de Vadell ao Brasil e, por último, a expulsão do corpo diplomático brasileiro do país. Neste último caso, ambos países romperiam relações, como aconteceu recentemente entre Venezuela e vários vizinhos latino-americanos, entre eles Chile, Argentina, Peru, Panamá, Uruguai, Equador e Paraguai.
Por parte do Brasil, a decisão, até o momento, é não responder. O governo Lula não reagiu a ataques pessoais de funcionários chavistas ao presidente, e tampouco a declarações do próprio Maduro nos últimos dias.