Os jogadores da NFL Eli Harold, Colin Kaepernick e Eric Reid protestam durante partida de futebol americano (Thearon W. Henderson/Getty Images)
Gabriela Ruic
Publicado em 23 de maio de 2018 às 14h59.
Última atualização em 23 de maio de 2018 às 15h07.
São Paulo – A NFL (Liga de Futebol Americano dos Estados Unidos) irá multar os times se algum de seus membros “não se levantar e mostrar respeito para a bandeira e o hino”. Quem desejar se manifestar de alguma outra maneira que não seja essa poderá permanecer no vestiário ou qualquer outra área até que a cerimônia tenha terminado.
“É uma pena que protestos em campo tenham criado a falsa percepção entre muitos de que os jogadores da NFL não são patrióticos”, escreveu o comissário da liga, Roger Goodell. “Esse nunca foi o caso”, continuou em comunicado. Agora, os jogadores e membros das equipes tem a opção de não estar em campo durante a execução do hino, algo obrigatório até então.
A novidade, no entanto, foi debatida apenas no espectro dos dirigentes e donos dos clubes e não com os jogadores. No Twitter, o sindicado dos atletas disse que “a NFL escolheu não consultar o sindicado no desenvolvimento dessa nova política” e irá “revisar essa nova “política e desafiará qualquer aspecto que seja inconsistente com os acordos coletivos”.
— NFLPA (@NFLPA) May 23, 2018
A nova política foi divulgada em um comunicado assinado pelo comissário Roger Goodell e vem após a polêmica que se iniciou na temporada 2016 do campeonato, quando o jogador do San Francisco 49rs, Colin Kaepernick, se ajoelhou durante o hino nacional dos EUA para protestar contra o racismo e a violência policial. O atleta está atualmente sem time.
Esse gesto logo se espalhou para outras equipes do esporte e continuou forte no ano passado, enfurecendo o presidente americano, Donald Trump, que criticou o protesto diversas vezes nas redes sociais.
O republicano chegou a sugerir que os cidadãos americanos boicotassem o esporte, um dos mais populares do país. Pediu, inclusive, que os jogadores que se manifestassem dessa forma fossem banidos ou suspensos.
Segundo notou o jornal americano The New York Times, a NFL é formada por 32 equipes. Nenhum dos donos é negro e a maioria deles tem raízes conservadoras, alinhadas com as políticas de Trump. Ao menos sete desses proprietários doaram 1 milhão de dólares para a campanha republicana para a presidência, informou a revista esportiva Sports Illustrated.