Primeiro-ministro Netanyahu: encontro foi encorajado pela preocupação referente à possibilidade dessas armas cairem em mãos dos rebeldes sírios ou de grupos terroristas (Gali Tibbon/Reuters)
Da Redação
Publicado em 27 de dezembro de 2012 às 08h34.
Jerusalém - O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o rei da Jordânia, Abdullah II, se reuniram recentemente em segredo para abordar o problema das armas químicas na Síria e a possível queda do presidente Bashar al Assad, informou nesta quinta-feira o jornal 'Yedioth Ahronoth'.
O encontro, realizado dois anos e meio depois que ambos os dirigentes se viram pela última vez, foi encorajado pela preocupação referente à possibilidade dessas armas químicas cairem em mãos dos rebeldes sírios ou de grupos terroristas, segundo o jornal.
Outra possibilidade levantada pela comunidade internacional é a do líder sírio fazer uso dessas armas diante de um regime ameaçado.
A existência desse encontro veio à tona ontem através do jornal londrino em árabe 'Al Shareq Al Awsat', mas somente depois acabou sendo confirmada pela casa real jordaniana e, posteriormente, por autoridades israelenses.
Estas últimas fontes disseram ao jornal 'Yedioth' que Netanyahu e Abdallah se reuniram durante duas horas em solo jordaniano, pondo fim assim a dois anos e meio de silêncio. Na ocasião, as consultas foram interrompidas devido à decepção do monarca com a postura israelense perante o processo de paz com os palestinos.
A última vez que ambos se reuniram pessoalmente foi em julho de 2010, sendo que somente há duas semanas, após a ofensiva israelense em Gaza, eles voltaram a se falar por telefone.
Abdallah, que também abordou o problema da questão palestina na reunião, expressou ao primeiro-ministro israelense seu temor sobre um possível desmantelamento da Autoridade Nacional Palestina (ANP), um fato que poderia abrir caminho para os islamitas do Hamas, que governam Gaza, também assumir o controle da Cisjordânia.
Nesta aspecto, a imprensa israelense ressalta que Netanyahu, por sua parte, abordou a possibilidade dos grupos islamitas acabarem governando a Jordânia, que, junto com o Egito, são os únicos países do mundo árabe que assinaram acordos de paz com Israel.