Mundo

Netanyahu viajará a Rússia para falar com Putin sobre Síria

Primeiro-ministro israelense discutirá na capital russa a ameaça que o aumento da provisão russa de armamento moderno à Síria representa para Israel


	Benjamin Netanyahu (e) e presidente russo, Vladimir Putin: Rússia defende que armamento que fornece à Síria é exclusivamente defensivo e não representa uma ameaça para a segurança de Israel
 (Alexei Nikolsky/AFP)

Benjamin Netanyahu (e) e presidente russo, Vladimir Putin: Rússia defende que armamento que fornece à Síria é exclusivamente defensivo e não representa uma ameaça para a segurança de Israel (Alexei Nikolsky/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de setembro de 2015 às 12h18.

Moscou - O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, chegará segunda-feira em Moscou para conversar com o presidente russo, Vladimir Putin, sobre a Síria e a ameaça do terrorismo jihadista, anunciou o Kremlin nesta quarta-feira.

"Será uma breve visita de trabalho e haverá conversas com Vladimir Putin", disse Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin.

O escritório do primeiro-ministro israelense explicou que Netanyahu discutirá na capital russa a ameaça que o aumento da provisão russa de armamento moderno à Síria representa para Israel pela possibilidade de cair nas mãos do Hezbollah e de outros grupos terroristas.

Putin afirmou várias vezes a Netanyahu que o armamento que fornece tanto à Síria como ao Irã é exclusivamente defensivo e não representa uma ameaça para a segurança de Israel, e também não altera o equilíbrio de forças no Oriente Médio.

Putin afirmou ontem que continuará a dar ajuda técnico-militar ao regime sírio em sua luta contra grupos terroristas como o Estado Islâmico (EI).

"Apoiamos o governo da Síria em seu enfrentamento contra a agressão terrorista. Proporcionamos, e continuaremos, assistência técnico-militar, e pedimos a outros países que se unam a nós", disse Putin.

O embaixador sírio em Moscou, Riyad Haddad, tachou esta semana de "mentira divulgada pelos EUA e pelos países ocidentais" a suposta presença de tropas russas em seu país e denunciou se tratar de uma "nova conspiração" contra a Síria.

Mas reconheceu que Damasco recebe armamento e equipamentos militares russos, "tudo feito de acordo com os contratos assinados entre os dois países".

"Estamos há 30 ou 40 anos cooperando com a Rússia em diferentes âmbitos, incluído o militar", ressaltou.

Segundo as últimas notícias, que citam fontes americanas, a Rússia teria transportado tanques T-90 e peças de artilharia a um aeroporto perto do porto sírio de Latakia.

Também a imprensa ocidental publicou informações sobre a localização de baterias antimísseis e o desdobramento de mil soldados militares especiais de um regimento que participou da anexação da península da Crimeia em março de 2014.

Semana passada o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, sugeriu que Moscou só daria "passos adicionais" só a Síria pedisse.

"E, certamente, exclusivamente a pedido e de acordo com o governo sírio ou os governos de outros países da região, se se tratar de ajudar-lhes na luta contra o terrorismo", ressaltou.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEuropaIsraelPolíticosRússiaSíriaVladimir Putin

Mais de Mundo

Três ministros renunciam ao governo de Netanyahu em protesto a acordo de cessar-fogo em Gaza

Itamaraty alerta para a possibilidade de deportação em massa às vésperas da posse de Trump

Invasão de apoiadores de presidente detido por decretar lei marcial deixa tribunal destruído em Seul

Trump terá desafios para cortar gastos mesmo com maioria no Congresso