Primeiro-ministro israelense prometeu destruir o Hamas e desmilitarizar Gaza (JACQUELYN MARTIN/POOL/AFP /Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 20 de janeiro de 2024 às 14h45.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reiterou ao presidente americano, Joe Biden, sua oposição à "soberania palestina" na Faixa de Gaza, insistindo no "requisito" da segurança, informou seu gabinete neste sábado, 20.
Os dois dirigentes conversaram por telefone pela primeira vez em quase um mês. Após o telefonema, Biden disse que ainda é possível que Netanyahu aceite alguma forma de Estado palestino.
"Durante sua conversa com o presidente Biden, o primeiro-ministro Netanyahu reiterou sua política de que, após a destruição do Hamas, Israel deve manter o controle da segurança em Gaza para garantir que Gaza deixe de representar uma ameaça para Israel, um requisito que contradiz a exigência de soberania palestina", afirmou o gabinete de Netanyahu em um comunicado divulgado neste sábado, 20.
Na quinta-feira, Netanyahu rejeitou a soberania palestina na Cisjordânia ocupada, afirmando que era incompatível com a necessidade de Israel de ter "controle da segurança sobre todo o território a oeste do (rio) Jordão".
"Há vários tipos de soluções de dois Estados. Há vários países-membros da ONU que (...) não têm exército próprio", declarou Biden na sexta.
No entanto, um alto dirigente do Hamas rejeitou, neste sábado, os comentários do presidente americano. "A ilusão que Biden apregoa a favor de um Estado da Palestina (...) não engana nosso povo", reagiu Izzat al Rishq, membro do escritório político do Hamas.
"Biden é parceiro de pleno direito na guerra genocida e nosso povo não espera nada bom dele", acrescentou.
Netanyahu prometeu destruir o Hamas e desmilitarizar Gaza em resposta ao ataque do movimento islamista contra Israel em 7 de outubro, e resiste cada vez mais à pressão de seu principal aliado, os Estados Unidos, a favor de um plano que inclua alguma forma de Estado palestino.
O ataque do Hamas deixou cerca de 1.140 mortos em Israel, a maioria civis, segundo um balanço da AFP com base em dados oficiais.
Em retaliação, Israel lançou uma ofensiva aérea e terrestre que deixou quase 25.000 palestinos mortos, a maioria mulheres e menores, segundo dados do Ministério da Saúde do Hamas, que governa Gaza desde 2007.