Benjamin Netanyahu: primeiro-ministro de Israel propôs um governo de união com o rival Gantz, mas oferta foi rejeitada (Amir Levy/Getty Images)
Reuters
Publicado em 19 de setembro de 2019 às 10h16.
Jerusalém — O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, convidou nesta quinta-feira seu principal adversário político, Benny Gantz, a se unir a ele em um governo de coalizão ampla, mas a oferta foi rejeitada de imediato pelo partido do ex-comandante militar.
A surpreendente oferta de Netanyahu foi uma mudança abrupta de estratégia, após o líder enfraquecido não ter conseguido uma maioria parlamentar em duas eleições neste ano.
O partido de centro Azul e Branco, de Gantz, ficou pouco à frente da legenda de direita Likud, de Netanyahu, em votação realizada na terça-feira, cujos resultados finais são esperados para os próximos dias.
Em suas primeiras declarações desde a oferta de Netanyahu, Gantz não mencionou o primeiro-ministro e disse que ele próprio vai comandar um governo de unidade "liberal". O processo, no entanto, pode levar semanas.
Gantz deixou para Moshe Yaalon, um de seus colegas de partido, anunciar uma firme negativa à oferta de Netanyahu, citando acusações de corrupção contra o premiê. "Não entraremos em uma coalizão liderada por Netanyahu", disse.
Netanyahu disse estar "surpreso e desapontado", e reiterou sua oferta a Gantz.
Ao fazer a oferta surpreendente, Netanyahu disse em um vídeo que na véspera da eleição de terça-feira havia prometido formar um governo de direita. "Mas, para minha tristeza, os resultados da eleição mostram que isso é impossível", disse.
"Benny, precisamos montar um governo de coalizão ampla, ainda hoje. A nação espera que nós, os dois, demonstremos responsabilidade e que busquemos a cooperação", acrescentou.
Em comentários subsequentes feitos em uma cerimônia, à qual Gantz também compareceu, que marcava o terceiro aniversário da morte do estadista israelense Shimon Peres, Netanyahu disse que a oferta não tem precondições.
O presidente Reuven Rivlin, altamente respeitado em Israel em seu cargo essencialmente simbólico, disse ter saudado o pedido de união de Netanyahu. Pela lei israelense, cabe a Rivlin escolher um líder partidário para tentar compor um governo após o encerramento da contagem de votos.
As campanhas de Netanyahu, de 69 anos, e Gantz, de 60, só revelaram diferenças pequenas em muitas questões importantes, e o fim da era Netanyahu dificilmente provocaria mudanças consideráveis nas políticas relativas aos Estados Unidos, à luta regional contra o Irã ou ao conflito com os palestinos.