Benjamin Netanyahu: "sempre dissemos que a falta de um acordo é melhor que um acordo ruim, e que um acordo assinado com o Irã é perigoso para Israel" (Ronen Zvulun/Reuters)
Da Redação
Publicado em 24 de novembro de 2014 às 14h35.
Jerusalém - O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, comemorou nesta segunda-feira o prorrogamento das negociações sobre o programa nuclear do Irã entre este país e a comunidade internacional, e reafirmou que seu governo seguirá trabalhando para que não se alcance um acordo.
Por meio de um comunicado, Netanyahu disse que um Irã com capacidade nuclear é "um perigo" para a existência de Israel e advertiu que seu país tem o direito de se defender.
"Vigiamos ansiosamente as conversas nucleares com o Irã. E estivemos usando nossos contatos e expressando nossa opinião de forma direta e por meio da imprensa em meus contatos com a administração americana e com outros chefes de Estado", explicou.
"E acho que algo muito importante ocorreu hoje. Sempre dissemos que a falta de um acordo é melhor que um acordo ruim, e que um acordo assinado com o Irã é perigoso para Israel, para a região e, na minha opinião, para o futuro de toda a região" acrescentou.
Netanyahu ressaltou que "é muito importante que este acordo tenha sido impedido agora, mas a batalha ainda prossegue para evitar que o Irã se transforme em um Estado nuclear que possa colocar em perigo a nós e aos outros".
"Israel sempre atuará sobre esta questão e se reserva o direito de se defender por si próprio", sustentou o primeiro-ministro.
As grandes potências do Grupo 5+1 e o Irã acertaram hoje em Viena seguir negociando até 30 de junho de 2015 um acordo que dê garantias que Teerã não poderá fabricar armas atômicas, informou hoje o ministro britânico das Relações Exteriores, Philip Hammond.
"Alcançamos avanços importantes, não podemos nos permitir parar agora. Estamos começando a nos entender uns com os outros", declarou Hammond aos jornalistas em Viena, na Áustria, após quase uma semana de negociações diplomáticas.
O chanceler ressaltou que é importante "manter o ímpeto" atual para se conseguir um acordo, e adiantou que em dezembro as equipes negociadores do Irã e do G5+1, formado pelos Estados Unidos, França, Reino Unido, China, Rússia e Alemanha voltarão a se reunir.
O G5+1 lançou há um ano um processo negociador com o Irã com o objetivo de limitar seu programa nuclear, de modo que ele seja apto para atividades civis mas não possa desenvolver a bomba atômica em um prazo de, pelo menos, um ano.