'O que mais me indignou foi a comparação entre um massacre contra crianças e uma atividade defensiva cirúrgica do Exército para acabar com terroristas que usam menores como escudo' (Pool/ Getty Images)
Da Redação
Publicado em 20 de março de 2012 às 18h59.
Jerusalém - O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, uniu-se nesta terça-feira às críticas contra a alta representante europeia de Política Externa, Catherine Ashton, por ter comparado o atentado de Toulouse com a situação em Gaza.
'A tragédia e a crueldade desse caso são notórias, trata-se da execução de uma menina de 8 anos. A selvageria e a falta de humanidade do assassino são difíceis de compreender', disse Netanyahu em um ato público e em reação a uma declaração de Catherine, na segunda-feira, sobre o atentado em uma escola judia na cidade francesa.
A alta representante fez uma comparação entre o incidente em Toulouse, a faixa palestina e outras cidades do mundo como lugares onde 'jovens foram assassinados em todo tipo de terríveis circunstâncias', palavras que causaram mal-estar em Israel.
'O que mais me indignou foi a comparação entre um massacre contra crianças e uma atividade defensiva cirúrgica do Exército para acabar com terroristas que usam menores como escudo', explicou o primeiro-ministro israelense sobre o suposto paralelismo com Gaza.
Na manhã desta terça-feira, o porta-voz de Catherine Ashton, Michael Mann, afirmou que as palavras da alta representante sobre o ataque à escola judia foram 'muito distorcidas'.
Catherine se referiu 'a tragédias que custaram a vida de crianças' e 'não fez nenhuma comparação entre as circunstâncias desse ataque e a situação em Gaza', disse Mann em entrevista coletiva.
Pouco antes, o ministro das Relações Exteriores israelense, Avigdor Lieberman, havia pedido à chefe da diplomacia da União Europeia (UE) que retirasse suas declarações, que considerou como 'indignas'.
'As crianças com as quais Catherine deveria estar preocupada são as que vivem no sul de Israel, que vivem com o medo constante dos mísseis de Gaza', indicou em comunicado divulgado nesta terça pelo seu escritório.
Lieberman, que faz uma visita oficial à China, destacou que 'não há Exército mais ético que o israelense', que 'arrisca vidas para minimizar os perigos à população civil'.
'Israel é o país mais moral do mundo e, embora tenha que combater os terroristas que agem no meio da população civil, seu Exército faz todo o esforço possível para não atingir os cidadãos, apesar de estes os protegerem', sentenciou.
O ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, também expressou seu mal-estar e considerou que as palavras da alta representante europeia foram 'degradantes'.
'A comparação está fora da realidade', disse o ministro em comunicado de seu escritório.