Netanyahu: "Nós tentamos minimizar as vítimas. Eles querem que elas existam para colocar pressão sobre Israel", disse o primeiro-ministro de Israel. (Ronen Zvulun/Reuters)
EFE
Publicado em 15 de maio de 2018 às 22h57.
Washington - O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta terça-feira em entrevista à emissora americana "CBS" que os métodos não-letais não funcionam para Gaza, onde ontem seu exército matou mais de 60 palestinos.
"Tentamos de todas as maneiras. Testamos todos os tipos de métodos. Você tenta métodos não-letais e não funcionam. Então te deixam com opções ruins. É um mau negócio", afirmou o premiê israelense na entrevista gravada em Jerusalém.
Netanyahu explicou assim a morte a tiros de mais de 60 palestinos nos protestos de ontem em Gaza contra a inauguração da embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém, que o presidente Donald Trump ordenou transferir de Tel Aviv.
Além disso, o líder israelense culpou o movimento palestino Hamas pelas mortes, ao acusá-lo de buscar vítimas.
"Nós tentamos minimizar as vítimas. Eles querem que elas existam para colocar pressão sobre Israel", disse Netanyahu.
"Empurram civis, mulheres e crianças para a linha de fogo com o objetivo de obter vítimas", acrescentou o primeiro-ministro israelense, que também acusou o Hamas de "pagar" aos palestinos para participar dos protestos.
"Infelizmente, estas coisas são evitáveis. Se o Hamas não os tivesse empurrado, não teria acontecido", completou Netanyahu.
O massacre de palestinos de ontem provocou hoje várias condenações internacionais.
Em reunião de urgência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, os Estados Unidos defenderam sozinhos a resposta de Israel aos protestos em Gaza perante uma maioria de países que questionou essa atuação. EFE