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Netanyahu acusa palestinos de fugir de diálogo

Declarações de premiê israelense foram feitas pouco depois do ex-presidente Shimon Peres reivindicar clareza em sua postura sobre a solução dos dois Estados


	O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu: "Queremos dois Estados para dois povos"
 (Dan Balilty/AFP)

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu: "Queremos dois Estados para dois povos" (Dan Balilty/AFP)

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Da Redação

Publicado em 8 de junho de 2015 às 10h13.

Jerusalém - O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou nesta segunda-feira sua vontade de alcançar uma solução de dois Estados para pôr fim ao conflito palestino-israelense, mas responsabilizou os palestinos por "fugir" das negociações.

"Queremos dois Estados para dois povos. Um Estado judeu, Israel, vivendo em paz com um Estado palestino desmilitarizado. Infelizmente os palestinos não negociam, fogem das negociações", criticou hoje durante uma reunião com o ministro das Relações Exteriores tcheco, Lubomir Zaoralek.

As declarações de Netanyahu foram feitas pouco depois do ex-presidente israelense Shimon Peres reivindicar clareza em sua postura sobre a solução dos dois Estados desde o fórum de segurança do Oriente Médio realizado nestes dias em Herzliya.

"As negociações de paz podem ser retomadas a qualquer momento, (o presidente palestino, Mahmoud Abbas) Abu Mazen diz que quer, Netanyahu diz que quer, qual é o problema? (...) O primeiro-ministro de Israel deve esclarecer se é a favor da solução de dois Estados", sustentou Peres em seu discurso.

No entanto, de acordo com Netanyahu, os palestinos mantiveram sua rejeição em negociar durante anos até a última tentativa fracassada de chegar a um acordo entre ambas as partes em abril de 2014, patrocinado pelo chefe da diplomacia americana, John Kerry.

Segundo o primeiro-ministro israelense, "os palestinos se negam a negociar e tratam de impor o boicote contra Israel" para depois "jogar a culpa por não entrar em negociações nas quais eles não estão".

Além disso, apoiar o movimento de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), que exige o fim da ocupação e o direito ao retorno dos palestinos, representa para Netanyahu "uma chamada à eliminação de Israel".

"O povo me diz que o que realmente quer o movimento BDS é que Israel volte às fronteiras de 67. Bem, aqui está o que um dos líderes do BDS diz: 'O objetivo real do BDS é afundar o Estado de Israel. Justiça e liberdade para os palestinos são incompatíveis com a existência do Estado de Israel", ressaltou.

Nas últimas semanas, líderes e representantes israelenses mostraram preocupação pelo efeito negativo e crescente que a campanha internacional BDS está tendo sobre a imagem do país.

O próprio Netanyahu anunciou ontem que seu Executivo promoverá uma campanha para revelar a "verdade" frente ao que considera "tentativas para deslegitimar" Israel impulsionada por grupos pró-boicote.

Entre casos mais recentes estão a tentativa palestina de conseguir a suspensão de Israel na Fifa, a adesão do Sindicato de Estudantes do Reino Unido ao BDS e a decisão da companhia de telecomunicações francesa Orange de cessar operações em Israel.

Esta última, diz a companhia francesa, está baseada em questões econômicas e não políticas, argumento que não convenceu os dirigentes israelenses.

Meios locais apontavam hoje para possibilidade do diretor-executivo da companhia, Stéphane Richard, se deslocar em breve a Israel para debater a questão após ser convidado pelo próprio Netanyahu.

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