Papa Francisco (Remo Casilli/Reuters)
EFE
Publicado em 17 de fevereiro de 2017 às 13h14.
Cidade do Vaticano - O papa Francisco enviou uma mensagem aos líderes religiosos e comunitários que participam do Encontro dos Movimentos Populares na cidade de Modesto, na Califórnia, nos Estados Unidos, e enfatizou que "nenhum povo é criminoso e nenhuma religião é terrorista".
"Há indivíduos fundamentalistas e violentos em todos os povos e religiões. Com generalizações intolerantes eles se tornam mais fortes porque se alimentam de ódio e xenofobia. Ao confrontar o terror com o amor, trabalhamos pela paz", afirmou o pontífice.
No texto, ele voltou a abordar os conceitos de "muros e medo", "pontes e amor".
"Sem querer me repetir, essas questões desafiam nossos valores mais profundos. Sabemos que nenhum desses males começou ontem. Há algum tempo, a crise do paradigma predominante nos confrontou. Estou falando de um sistema que causa enormes sofrimentos à família humana, atacando simultaneamente a dignidade das pessoas e nossa Casa Comum, a fim de sustentar a tirania invisível do dinheiro que só garante os privilégios de alguns", escreveu.
Ele pediu, então, a colaboração destes movimentos para tentarem acabar com estas mazelas e indicou: "Não devemos ser paralisados pelo medo nem acorrentados dentro do conflito. Temos de reconhecer o perigo, mas também a oportunidade que cada crise traz para avançar para uma síntese bem-sucedida".
"As feridas estão lá, elas são uma realidade. O desemprego é real, a violência é real, a corrupção é real, a crise de identidade é real, o esvaziamento das democracias é real. A gangrena do sistema não pode ser caiada para sempre porque mais cedo ou mais tarde o fedor se torna muito forte", acrescentou.
E pediu: "Não vamos cair na negação. O tempo está se esgotando. Vamos agir".