Ndileka (E) e Makaziwe, neta e filha de Nelson Mandela, deixam o Mediclinic Herat Hospital, em Pretória (AFP / Stringer)
Da Redação
Publicado em 10 de junho de 2013 às 06h50.
Pretória - O ex-presidente sul-africano Nelson Mandela passa sua terceira noite no hospital, onde foi internado no sábado em estado "grave" por uma pneumonia.
A África do Sul permanece dividida entre a preocupação, a resignação e o desejo de que o líder tenha um final digno. Desde o anúncio de sua internação, na madrugada de sábado, a presidência não divulgou informações sobre seu estado.
A última informação médica dizia que sua situação era "grave, mas estável".
Segundo os jornalistas, Mandela teria recebido duas vezes a visita da família, no hospital de Pretória, onde ele estaria sendo tratado. A presidência se nega, porém, a confirmar até mesmo a instituição em que ele está internado.
O ícone da luta contra o Apartheid completará 95 anos em 18 de julho. Em dois anos e meio, esta é sua quarta internação por problema pulmonar, além de uma ida feita ao hospital para a realização de exames.
Em meio aos votos para sua pronta recuperação, desta vez, ganham forças as vozes que defendem que o herói tem o direito de morrer e ficar em paz.
"É hora de deixá-lo partir", dizia, neste domingo, a primeira página do jornal "Sunday Times", com um Mandela sorridente em um gesto de adeus.
"Agora, a família deve deixá-lo para que Deus intervenha à sua maneira", disse ao jornal Andrew Mlangeni, um velho amigo de Mandela, resumindo uma opinião que começou a se espalhar pelas redes sociais nas últimas horas.
No Twitter, cresciam os apelos por um fim tranquilo de Mandela. "Temos de rezar para que fique bem ou para que Deus o liberte do sofrimento? Acho que é hora de deixá-lo partir", escreveu um internauta.
"É hora de deixá-lo ir com calma, com tranquilidade, com elegância. Merece ir embora com dignidade", acrescentou outro usuário do Twitter.
Em Qunu, povoado natal de Mandela no sul da África do Sul, seu neto e chefe do clã, Mandla Mandela, de 39, fez um momento de silêncio, informou a rede eNCA.