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Negociações em Astana terminam sem acordo sobre trégua na Síria

A delegações deveriam assinar um documento sobre a implementação e outro sobre a supervisão do cessar-fogo

Reunião: nove grupos armados sírios participaram das negociações de Astana (Mukhtor Kholdorbekov/Reuters)

Reunião: nove grupos armados sírios participaram das negociações de Astana (Mukhtor Kholdorbekov/Reuters)

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EFE

Publicado em 16 de fevereiro de 2017 às 13h30.

Astana - As negociações entre o governo de Damasco e a oposição armada síria em Astana terminaram nesta quinta-feira sem um acordo para acompanhamento e supervisão do cessar-fogo que vigora na Síria desde o dia 30 de dezembro do ano passado.

"Nada foi assinado pelo descumprimento do acordo anterior, inclusive as condições do cessar-fogo", disse à imprensa ao término da reunião o chefe da delegação opositora, Mohammed Alloush, líder do influente grupo armado Jaysh al-Islam (Exército do Islã).

A delegações do governo e a oposição armada deveriam assinar dois documentos: um sobre o plano detalhado para implementar o cessar-fogo e outro relacionado aos detalhes da criação de um grupo operacional para a supervisão.

Os representantes da Rússia, um dos países que mais contribuíram para impulsionar o processo de Astana, fez uma leitura mais positiva sobre os resultados das negociações que começaram na quarta-feira.

"Podemos falar de êxito, de um acontecimento importante, porque as negociações duraram dois dias e contaram com longas e detalhadas conversas bilaterais e trilaterais", disse o chefe adjunto da delegação russa em Astana, Sergei Vershinin.

Os três países apoiadores da trégua (Rússia, Turquia e Irã) adotaram um acordo sobre a criação de um grupo operacional para sua supervisão, embora a oposição armada não tenha aceitado assinar o documento sobre esse mecanismo, segundo as declarações de Alloush.

O grupo operacional, que contará com técnicos dos países apoiadores, "trabalhará de forma regular no cumprimento da cessação das hostilidades e para que terminem as violações" do cessar-fogo, explicou Vershinin.

"Não há dúvida de que as negociações não são fáceis. Entendemos que há muita desconfiança entre as partes sírias e resta muito a fazer, mas são sem dúvida resultados promissores" que estabelecem as bases para a rodada de negociações de paz convocada em Genebra para o dia 23 de fevereiro, acrescentou.

O Estado-Maior russo destacou que as delegações reunidas na capital cazaque pactuaram uma série de medidas para diminuir a tensão na Síria e reforçar o regime do cessar-fogo.

"Ao longo de reuniões complicadas foi possível formular um mecanismo para a troca de reféns, sobretudo mulheres e crianças" e fixar os lugares para a troca dos mortos em combate de ambos os lados, explicou Sergei Afanasiev, chefe adjunto da direção geral do Estado-Maior russo.

Nove grupos armados sírios participaram das negociações de Astana, entre eles os influentes Exército Livre Sírio e Jaysh al-Islam.

Também compareceram à reunião as delegações da Jordânia e da ONU, esta formada por especialistas em mecanismos de supervisão de tréguas.

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