Milei vem aplicando um ajuste draconiano desde que assumiu o poder em dezembro de 2023 (AFP/AFP)
Agência de notícias
Publicado em 26 de março de 2025 às 09h41.
As negociações com a Argentina para um novo empréstimo ao país “estão avançadas”, afirmou hoje o Fundo Monetário Internacional (FMI), após uma reunião entre a equipe técnica e o diretório da organização financeira multilateral.
"Como parte de nossos processos internos de rotina, a equipe técnica do fundo mantém consultas com o diretório executivo", informaram fontes do FMI à agência AFP sob condição de anonimato. "As conversas sobre um novo programa respaldado pelo Fundo estão avançadas".
A implementação de um programa de ajuda envolve negociações frequentes entre as equipes da missão de avaliação enviada ao país e o conselho de administração do Fundo, antes de se propor uma versão final para aprovação.
Há apenas alguns dias, o Congresso argentino deu sinal verde ao governo do presidente ultraliberal Javier Milei para negociar um novo empréstimo com o FMI, que se somará aos 44 bilhões de dólares devidos por Buenos Aires desde 2018. O valor é desconhecido. Questionado pela AFP, um porta-voz do FMI não quis revelar o montante.
Segundo o texto aprovado pelo Congresso, o novo aporte, que se enquadra no Programa de Facilidades Estendidas (EFF, na sigla em inglês) do FMI, será reembolsado em dez anos, com um período de carência de quatro anos e meio.
O montante será utilizado para quitar dívidas com o Banco Central (BCRA) e pagar obrigações do Programa de Facilidades Estendidas de 2022 do próprio FMI.
O país precisa de recursos para reforçar suas reservas, em um contexto de nervosismo nos mercados e crescente intervenção do Banco Central para sustentar a moeda local.
Com o objetivo declarado de combater a inflação e equilibrar as contas públicas, Milei vem aplicando um ajuste draconiano desde que assumiu o poder em dezembro de 2023.
Embora tenha conseguido reduzir a inflação de 211% ao ano em 2023 para 118% no ano seguinte e equilibrar as contas públicas, a economia encolheu 1,8% em 2024, e o consumo completa 14 meses em queda.