Brexit: em Londres, disputas internas ecoam as divisões sofridas pelo Partido Conservador desde o referendo da UE (Yves Herman/Reuters)
Reuters
Publicado em 17 de julho de 2017 às 10h19.
Última atualização em 17 de julho de 2017 às 10h20.
Bruxelas - O ministro do Reino Unido para o Brexit, David Davis, prometeu "começar a trabalhar" ao iniciar a primeira rodada completa de negociações com a União Europeia nesta segunda-feira, mas o governo ainda parece em desacordo sobre o que busca, um ano depois de os britânicos votarem para deixar a UE.
"É hora de começar a trabalhar e fazer dessa uma negociação bem sucedida", disse Davis ao ser recebido na Comissão Europeia pelo negociador chefe da UE, Michel Barnier, para quatro dias de negociações.
Mas em Londres a mídia britânica estava repleta de informações sobre disputas internas que ecoam as divisões sofridas pelo Partido Conservador, da primeira-ministra Theresa May, desde o referendo da UE.
O secretário das Relações Exteriores, Boris Johnson, participando de diferente reunião em Bruxelas, passou a oportunidade de negar que esse fosse o caso. O apoio de Johnson foi visto como vital para a vitória de 52 por cento contra 48 por cento do "sim" ao Brexit em junho do ano passado.
Perguntado diretamente nesta segunda-feira se o governo britânico estava "dividido sobre o Brexit", Johnson simplesmente disse estar satisfeito que as negociações haviam começado e então defendeu a oferta de May para proteger os direitos dos cidadãos europeus no Reino Unido.
Lutando por autoridade após perder sua maioria no mês passado em uma eleição chamada por ela mesma, May enfrenta questões dentro de seu partido sobre se pode exercer controle.
Isso tem preocupado os negociantes da UE, que enfatizam que 20 meses até o Brexit é muito pouco tempo para negociar um divórcio harmonioso.
O ministro das Finanças, Philip Hammond, que como May fez campanha no ano passado para manter o Reino Unido na União Europeia, afirmou no domingo acreditar que a maioria de seus colegas de gabinete agora apoia a ideia de ter dois anos ou mais de período de transição após o Brexit em março de 2019 -- para amenizar o efeito turbulento na sociedade e na economia.