Mundo

EUA e China se enfrentam em negociações climáticas da ONU

Negociações ONU sobre mudanças climáticas estão sob o risco de entrar em colapso depois que a China levou países emergentes a rejeitarem o esboço de um acordo.

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de dezembro de 2014 às 19h10.

Lima - As negociações da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre mudanças climáticas estão sob o risco de entrar em colapso depois que a China entrou em confronto neste sábado com os Estados Unidos e levou países emergentes a rejeitarem o esboço de um acordo.

Com as conversas já cumprindo horas extras por causa do impasse, uma vez que o encontro seria de 1 a 12 de dezembro, a China afirmou que o texto coloca muita pressão em cima dos países pobres para limitarem sua emissão de gases do efeito estufa em comparação com as nações ricas.

"Nós precisamos chegar a um consenso em Lima, mas, dada a situação atual, nós temos um impasse", disse o vice-chanceler Liu Zhenmin aos delegados de 190 nações, que buscam um acordo em relação aos fundamentos do acordo climático da ONU que será concluído em Paris, daqui um ano.

O representante dos Estados Unidos, Todd Stern, incitou todos a aceitarem o texto de compromisso, afirmando que o fracasso em Lima seria visto como um "grande colapso", que ameaçaria o acordo final em Paris e a credibilidade do sistema da ONU para tratar da mudança climática.

"Nós não temos tempo para negociações mais prolongadas, e eu acho que todos sabem disso", disse ele. "Nosso tempo está acabando."

O embate entre os dois maiores emissores de gases mostra que o acordo conjunto anunciado no mês passado pelo presidente norte-americano Barack Obama e o presidente chinês Xi Jinping não se traduziu em uma abordagem comum para o combate à mudança climática.

União Europeia, Rússia e outros países desenvolvidos disseram que poderiam aceitar um texto enfraquecido que definisse as medidas a serem tomadas por todas as nações antes do encontro em Paris, em dezembro de 2015.

Muitos países em desenvolvimento afirmaram que o texto fazia pouco para obrigar as nações ricas a levantarem os prometidos 100 bilhões de dólares até 2020. 

Mesmo que o encontro de Lima tenha sucesso, ele deixará as questões mais controversas para 2015, na reunião de Paris, cuja objetivo é que alcançar um acordo global para ajudar a evitar mais enchentes, ondas de calor, secas e elevação do nível dos mares.

Acompanhe tudo sobre:ONU

Mais de Mundo

Mais de 300 migrantes são detidos em 1º dia de operações sob mandato de Trump

Migrantes optam por pedir refúgio ao México após medidas drásticas de Trump

Guerra ou acordo comercial? Gestos de Trump indicam espaço para negociar com China, diz especialista

Novo incêndio florestal provoca ordens de evacuação na região de Los Angeles