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Negativa japonesa de prorrogar Kioto preocupa Cancún

País anunciou na abertura da COP16, na segunda-feira (29/11), que abandonaria o compromisso de redução das emissões

Poluição no Japão: Kioto é, hoje, único acordo legal que obriga a redução de emissões (Koichi Kamoshida/Getty Images/Getty Images)

Poluição no Japão: Kioto é, hoje, único acordo legal que obriga a redução de emissões (Koichi Kamoshida/Getty Images/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2010 às 07h32.

Cancún - As ONGs presentes na negociação climática de Cancún manifestaram nesta quarta-feira sua preocupação com as declarações do Japão, que reafirmou que não firmará um segundo período de compromissos do Protocolo de Kioto.

"Os recentes anúncios do Japão sobre seu abandono do Protocolo de Kioto são uma ameaça às negociações e aos progressos vitais que devem ser obtidos", estimou a ONG Amigos da Terra.

O anúncio foi feito na segunda-feira pelo Japão, na inauguração da Conferência da ONU sobre Mudança Climática, em Cancún.

A negativa japonesa à prorrogação do Protocolo "não é nova, mas o momento escolhido (para reafirmá-la) é importante", destacou à AFP o porta-voz da Oxfam, Antonio Hill.

Esta posição "prejudica as negociações em curso", considerou a WWF, enquanto o Greenpeace manifestava sua "decepção" com Tóquio.

Perguntada sobre a posição japonesa, a máxima responsável da ONU sobre o clima, Christiana Figueres, considerou que a declaração "não deveria pegar ninguém de surpresa".

"A posição do Japão sobre o Protocolo de Kioto está sobre a mesa há onze meses", lembrou Figueres.

O Protocolo de Kioto, firmado em 1997 e vigente desde 2005, é o único instrumento legal que impõe objetivos sobre a redução de emissões de gases do efeito estufa, aos países industrializados.

Alguns países em desenvolvimento insistem na assinatura de um segundo período de compromissos antes do fim do primeiro acordo, em 2012.

"Se não tivermos uma decisão clara sobre este tema em Cancún será impossível avançar em outros temas", advertiu na véspera o negociador do Brasil, Luiz Alberto Figueiredo.

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