O Milius passou "por águas onde são aplicadas a liberdade de navegação e sobrevoo de acordo com o direito internacional", acrescenta a nota da 7ª Frota da Marinha (AFP/AFP Photo)
Agência de notícias
Publicado em 17 de abril de 2023 às 06h36.
Um navio militar dos Estados Unidos atravessou o Estreito de Taiwan, em uma operação de "liberdade de navegação" efetuada alguns dias depois dos exercícios militares da China na mesma área, anunciou a Marinha americana.
O USS Milius, com mísseis teleguiados, "fez um trânsito de rotina pelo Estreito de Taiwan" no domingo, informa um comunicado militar.
O Milius passou "por águas onde são aplicadas a liberdade de navegação e sobrevoo de acordo com o direito internacional", acrescenta a nota da 7ª Frota da Marinha.
Em resposta, a China afirmou que rastreou um navio de guerra americano que transitou pelo Estreito de Taiwan e acusou Washington de "exagerar publicamente" a passagem.
O porta-voz militar da China, coronel Shi Yi, declarou em um comunicado que "as tropas (de seu país) permanecem em nível de alerta elevado e defendem com determinação a soberania e a segurança nacionais, assim como a paz e a estabilidade regionais".
A China considera Taiwan parte de seu território e pretende retomar o controle da ilha autônoma em algum momento.
A 7ª Frota divulgou imagens no Twitter de tripulantes observando o Estreito de Taiwan, uma rota crucial para o comércio marítimo mundial.
"O navio transitou por um corredor do Estreito que está fora das águas territoriais de qualquer Estado costeiro", acrescentou a Marinha, que destacou que o percurso evidenciou o compromisso americano com uma região Ásia-Pacífico livre e aberta.
"As Forças Armadas dos Estados Unidos voam, navegam e operam onde o direito internacional permite", afirmou o comunicado.
No final das manobras, o USS Milius navegou por águas reivindicadas por Pequim no Mar da China Meridional.
Pequim chamou a operação de invasão ilegal realizada "sem a aprovação do governo chinês".
A China iniciou em 8 de abril três dias de exercícios militares ao redor de Taiwan, com simulações de ataques e de um bloqueio do território da ilha.
As manobras foram uma resposta à visita recente da presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, aos Estados Unidos, onde ela se reuniu com o presidente da Câmara de Representantes, Kevin McCarthy.
No último dia das manobras, o ministério taiwanês da Defesa afirmou que 54 aviões chineses atravessaram a Zona de Identificação de Defesa Aérea (ZIDA) da ilha, o número mais elevado em apenas um dia desde outubro de 2021.
Após o fim dos exercícios, navios e aviões de guerra chineses permaneceram ao redor de Taiwan.
O governo taiwanês informou que detectou quatro navios e 18 aviões de guerra em sua ZIDA nesta segunda-feira.