Redatora na Exame
Publicado em 28 de fevereiro de 2025 às 06h48.
Última atualização em 28 de fevereiro de 2025 às 07h42.
A taxa de natalidade do Japão atingiu o nível mais baixo desde o início dos registros, há 125 anos, marcando o nono ano consecutivo de queda. Nem os incentivos financeiros do governo têm sido capazes de reverter a crise demográfica.
Dados preliminares do governo divulgados nesta quinta-feira, 27, apontam que o país registrou 720.988 nascimentos em 2024, uma redução de 5% em relação ao ano anterior e o menor número já registrado desde 1899. O dado surpreende até mesmo especialistas: um estudo de 2011 do Instituto Nacional de Pesquisa sobre População e Segurança Social previa que esse número só seria alcançado em 2039.
Com um recorde de 1,6 milhão de mortes no mesmo período, o Japão perdeu quase 900 mil habitantes em um único ano, sem contar os impactos da imigração.
A envelhecimento acelerado da população já gera impactos econômicos severos. Em 2023, o então primeiro-ministro Fumio Kishida alertou que o país estava à beira de um colapso, pois a força de trabalho jovem não seria suficiente para sustentar os custos de saúde e aposentadoria. Hoje, cerca de 30% dos japoneses têm mais de 65 anos.
A expectativa era que o país tivesse um "baby boom" após a pandemia, mas a tendência de queda nos nascimentos se manteve inalterada. Enquanto isso, a Coreia do Sul, país que enfrenta desafios similares, registrou um crescimento no número de nascimentos pela primeira vez em nove anos, impulsionado pelo aumento das taxas de casamento.