O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso: Suíça decidiu em referendo aplicar restrições à entrada de imigrantes da União Europeia (Janek Skarzynski/AFP)
Da Redação
Publicado em 13 de fevereiro de 2014 às 10h30.
Bruxelas - O presidente da Comissão Europeia (CE, órgão executivo da União Europeia), José Manuel Durão Barroso, assegurou nesta quinta-feira que a UE "não vai negociar" a livre circulação de seus cidadãos com a Suíça, depois que o país decidiu em referendo aplicar restrições à entrada de imigrantes do bloco.
"Esta decisão, que respeitamos, representa problemas e problemas sérios", ressaltou.
Na opinião de Barroso, a UE "oferece à Suíça uma situação excepcional", dado que tem um acesso sem restrições ao mercado interno comunitário e seus cidadãos podem se estabelecer "por todas as partes na Europa", com cerca de 430 mil suíços que vivem e trabalham na UE.
Por isso, opinou que "não é justo que a Europa ofereça à Suíça esta condição e que depois a Suíça não ofereça a mesma condição, e há um acordo internacional entre Suíça e UE que deve ser respeitado. "Pacta sunt servanda", como se diz em latim", disse em relação a que os acordos devem ser cumpridos.
Nesta situação, assegurou que a Suíça "poderia ter problemas" para fazer respeitar o acordo de livre circulação de pessoas assinado com a UE, destacando que ele "é uma parte verdadeiramente essencial do acordo de mercado interno".
Barroso disse ter "tomado nota" do plano do Governo suíço de concluir em seis meses o projeto de lei para aplicar a decisão em referendo e assinalou que os contatos "continuam" entre o Serviço Europeu de Ação Exterior e as autoridades do país.
O chefe do Executivo da UE também lembrou que a Suíça é um "parceiro" importante da Europa e que a UE é, "de longe" o primeiro parceiro comercial do país, por isso que defendeu a manutenção de uma "relação construtiva".