Mundo

Não se pode sair da UE e manter os privilégios, diz Merkel

Ela se referia à saída do Reino Unido da UE, após o referendo de quinta-feira passada (23), quando a medida foi aprovada por 51,9% dos eleitores


	Angela Merkel: “Para uma Europa de sucesso é fundamental que as instituições e os países-membros mantenham os acordos e as promessas”
 (Hannibal Hanschke / Reuters)

Angela Merkel: “Para uma Europa de sucesso é fundamental que as instituições e os países-membros mantenham os acordos e as promessas” (Hannibal Hanschke / Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de junho de 2016 às 09h15.

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, disse hoje (28), em reunião do Conselho da União Europeia (UE), em Bruxelas, que não se pode sair do bloco e manter os privilégios.

Ela se referia à saída do Reino Unido da UE, após o referendo de quinta-feira passada (23), quando a medida foi aprovada por 51,9% dos eleitores. Merkel falou sobre o acordo de livre comércio e a livre circulação de pessoas na UE.

“Podemos comprar produtos de outros países e os nossos jovens podem estudar em outros países. Podemos estar orgulhosos do nosso modelo social, muita gente mundo afora inveja isso. Nós vamos lutar pelo bloco, por uma União Europeia forte o suficiente para lidar com a saída do Reino Unido, e forte o suficiente para representar seus interesses diante do mundo”, afirmou.

Ela disse ainda que é preciso tornar a UE mais competitiva e focar no sucesso da Europa. “Para uma Europa de sucesso é fundamental que as instituições e os países-membros mantenham os acordos e as promessas”.

“Temos que estar atentos à situação dos refugiados da Síria e do Iraque. Só juntos poderemos lidar com as obrigações a respeito dos refugiados e a questão do terrorismo. A questão é muito grande para os países lidarem sozinhos”, afirmou Merkel.

A chanceler alemã disse ainda que conversou com François Hollande, presidente da França, que eles discutiram o futuro da UE e que compartilham a mesma opinião sobre a saída do Reino Unido.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, participa hoje da reunião do conselho, mas não participará do evento amanhã (29), quando os 27 países-membros se reunirão para discutir a questão.

Cameron está sendo pressionado por lideranças europeias para dar início ao processo de saída do Reino Unido da UE. Jean-Claude Junker, presidente da Comissão Europeia, afirmou que a UE “não pode permanecer na incerteza”.

Por outro lado, britânicos insatisfeitos com o resultado do referendo têm ido às ruas se manifestar contra a decisão e solicitar um novo referendo. No site petition.parliament.uk, o pedido de um segundo referendo já tem quase 4 milhões de assinaturas.

A Escócia, que é membro do Reino Unido e que teve maioria votando para permanecer na UE, também já sugeriu referendo para se tornar independente.

Nigel Farage, líder do partido britânico Ukip, favorável à saída do Reino Unido, afirmou na reunião de hoje que o projeto político da UE está em negação. Farage disse ainda, sob vaias do Parlamento, que o referendo teve “resultado sísmico” e que a “UE deve permitir que os britânicos possam perseguir suas ambições globais”.

Acompanhe tudo sobre:Angela MerkelBrexitEuropaPersonalidadesPolíticosUnião Europeia

Mais de Mundo

Justiça da Bolívia retira Evo Morales da chefia do partido governista após quase 3 décadas

Aerolineas Argentinas fecha acordo com sindicatos após meses de conflito

Agricultores franceses jogam esterco em prédio em ação contra acordo com Mercosul

Em fórum com Trump, Milei defende nova aliança política, comercial e militar com EUA