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"Não podemos negociar com a Mãe Natureza'", diz Ban Ki-moon

Secretário-geral alertou que a mudança climática não é uma "ameaça distante", mas está cada vez mais perto


	Ban Ki-moon: "Não podemos negociar com a Mãe Natureza. Ela não espera. Portanto, somos nós que temos que nos adaptar à ela"
 (Getty Images North America/AFP)

Ban Ki-moon: "Não podemos negociar com a Mãe Natureza. Ela não espera. Portanto, somos nós que temos que nos adaptar à ela" (Getty Images North America/AFP)

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Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2014 às 17h13.

Nações Unidas - O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, fez nesta terça-feira uma convocação a governos, empresas e cidadãos para levarem a sério a ameaça representada pela mudança climática e a atuarem unidos contra o aquecimento global.

"Não podemos negociar com a Mãe Natureza. Ela não espera. Portanto, somos nós que temos que nos adaptar à ela", disse Ban durante a Cúpula do Clima, realizada hoje na sede das Nações Unidas.

O secretário-geral alertou que a mudança climática não é uma "ameaça distante", mas está cada vez mais perto. Por isso, advertiu que "quanto mais nos atrasarmos, mais alto será o preço que teremos que pagar".

Acompanhado pelos presidentes do Peru, Ollanta Humala, e da França, François Hollande, o diplomata coreano pediu mais investimentos na economia verde do futuro e que todos trabalhem para conseguir a neutralidade em carbono em 2020.

Humala também fez uma chamada a países desenvolvidos e em desenvolvimento a se unir contra a mudança climática, e advertiu que, se isso não ocorrer, "mais cedo ou mais tarde a natureza nos obrigará a entrar em acordo".

"Apostar só em soluções nacionais e não de caráter mundial é não olhar o caminho", disse Humala, cujo país receberá em dezembro uma nova rodada de negociações da Convenção Marco das Nações Unidas sobre a Mudança Climática (COP20).

O presidente afirmou que países como o Peru ou as Filipinas já estão pagando um alto custo por furacões e tufões que são cada vez mais violentos, e que obrigam os governos a investir na reconstrução um orçamento equivalente a 4% do PIB.

"O que realmente precisamos fazer é adotar uma atitude pró-ativa, construtiva e baseada no entendimento mútuo que nos permita dar ao planeta um futuro sustentável", acrescentou o presidente peruano.

Humala ainda ressaltou a importância de contar com o setor privado. Por isso pediu que as grandes corporações assumam parte da responsabilidade e ajudem a forjar uma "aliança em nível planetário" de combate à mudança climática.

Para o secretário-geral da ONU, "todas as atitudes contam, sejam grandes ou pequenas", e celebrou as ações concretas que estão surgindo na Cúpula do Clima, que reúne centenas de governantes de todo o mundo para impulsionar políticas que freiem o aquecimento global.

Ele comemorou uma coalizão formada por 200 prefeitos, que representam cerca de 400 milhões de pessoas, que se comprometeu a reduzir anualmente de 12,4% a 16,4% as emissões de poluentes de suas cidades.

Ban citou o caso de Nova York, onde o prefeito Bill de Blasio se comprometeu hoje a reduzir em 80% as emissões de gases do efeito estufa até 2050.

Por outro lado, o secretário-geral destacou iniciativas anunciadas por empresas de gás e energia para diminuir as emissões de gás metano, e o compromisso de bancos e outras instituições financeiras em destinar US$ 200 bilhões à construção de economias com baixas emissões em 2015.

O presidente Hollande reiterou que a França contribuirá nos próximos anos com US$ 1 bilhão ao novo "Fundo Verde" criado para ajudar os países em desenvolvimento a se adaptar para conter o aquecimento global.

"O que temos que fazer é passar do discurso para a prática", disse o líder francês, que convocou presidentes de outros países desenvolvidos a contribuir com o "Fundo Verde".

Hollande também defendeu a negociação de um acordo "global e completo" e convidou à comunidade internacional a protagonizar uma "nova revolução" contra a mudança climática.

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