Battisti é acusado de quatro homicídios ocorridos na década de 1970 (WIKIMEDIA COMMONS)
Da Redação
Publicado em 30 de dezembro de 2010 às 18h24.
São Paulo - O governo italiano divulgou nota, no final da tarde de hoje, na qual considera que seria "incompreensível e inaceitável" se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomar a decisão de não extraditar Cesare Battisti, condenado à revelia por quatro homicídios cometidos na Itália na década de 1970, baseado na suposta ameaça que o ex-militante político sofreria em uma prisão italiana. Lula poderá anunciar a decisão amanhã.
Mas o governo italiano afirma que só se manifestará oficialmente sobre a questão após Lula tomar e anunciar sua decisão. A nota também faz uma referência velada à suposta perseguição que Battisti sofreria na Itália, de acordo com um relatório da Advocacia-Geral da União (AGU), que recomendou que Lula não extradite o ex-militante. A nota também se refere a uma das possíveis vítimas de Battisti, que ficou paralítica após receber um tiro durante um assalto, quando tinha 17 anos.
"Neste momento delicado, algumas informações fazem manter que na possível motivação da decisão do presidente Lula possa existir uma referência ao artigo 3 do tratado de extradição, e por isso à suposta situação pessoal agravada de Battisti. Neste caso, o governo italiano declara considerar incompreensível e inaceitável, no modo mais absoluto, tal referência e a relativa decisão", afirma o texto.
Nesse caso, o presidente Lula deveria explicar tal escolha não apenas ao governo, mas a todos os italianos e, em particular, às famílias das vítimas e a um homem reduzido a viver em uma cadeira de rodas", diz a nota do governo italiano. As informações são da Agência Ansa.