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Não é certo ler as cartas dos outros, diz Putin aos EUA

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, criticou a reação dos Estados Unidos à carta que o governante enviou ontem a vários líderes europeus


	O presidente russo, Vladimir Putin: "não é certo ler as cartas de outros. Eu não escrevi a eles (EUA), mas aos consumidores de gás na Europa"
 (Mikhail Klimentyev/AFP)

O presidente russo, Vladimir Putin: "não é certo ler as cartas de outros. Eu não escrevi a eles (EUA), mas aos consumidores de gás na Europa" (Mikhail Klimentyev/AFP)

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Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2014 às 13h38.

Moscou - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, criticou a reação dos Estados Unidos à carta que o governante enviou ontem a vários líderes europeus, na qual advertiu sobre um possível cancelamento do abastecimento de gás ao continente, e disse que "não é certo ler as cartas dos outros".

"É estranho, em qualquer caso, porque não é certo ler as cartas de outros. Eu não escrevi a eles (EUA), mas aos consumidores de gás na Europa. Todos estamos acostumados a que nossos amigos americanos escutem, mas olhar de soslaio é muito feio", afirmou Putin em reunião de seu Conselho de Segurança.

Washington considerou que a carta de Putin aos líderes europeus era uma forma de "coerção" ao novo governo de Kiev. A Rússia elevou recentemente o preço cobrado pelo gás fornecido à Ucrânia.

Na carta, Putin advertiu que a Rússia poderia cortar o fornecimento de gás que passa através da Ucrânia devido à falta de pagamento. A dívida ucraniana com a Rússia pelo combustível é de US$ 2,2 bilhões.

"Qual é o problema? A Rússia não pode assumir unilateralmente este fardo. Precisamente por isso nos dirigimos a nossos amigos e parceiros europeus para realizar uma reunião o mais rápido possível para buscar meios para apoiar a economia ucraniana", disse hoje o presidente russo.

Putin argumentou que se existe apreço pela Ucrânia é preciso contribuir para evitar a quebra de sua economia.

"Os bolinhos no Maidan (Praça da Independência) não bastam. Não são suficientes para evitar que a economia ucraniana caia no caos total", ironizou Putin.

A secretária de Estado adjunta dos Estados Unidos, Victoria Nuland, em fevereiro, durante as revoltas populares em Kiev, passeou pela Praça da Independência, bastião dos protestos, distribuindo bolos entre os manifestantes opositores.

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