Genebra - A agência da Organização das Nações Unidas para refugiados declarou nesta terça-feira que governos ocidentais atenderam ao pedido para que acolham mais refugiados sírios de países vizinhos e estimou que, no todo, mais de 100 mil vagas serão oferecidas nos próximos meses.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), que quer reassentar 130 mil sírios fora da região até o fim de 2016, disse que a cifra inclui 62 mil vagas que já foram prometidas por países como Alemanha e Suécia.
O resultado foi criticado pela agência de assistência Oxfam, que afirmou que os Estados ocidentais poderiam ter feito mais.
Desde que as manifestações contra o governo em 2011 descambaram para uma guerra civil, mais de 3,2 milhões de sírios se registraram como refugiados na região, e nações vizinhas como Líbano, Jordânia e Turquia absorveram grande parte da emergência.
Diante dos números alarmantes, os vizinhos da Síria começaram a restringir o acesso das pessoas em fuga do conflito.
“Hoje, 28 países expressaram sua solidariedade com os refugiados sírios, mas também com os cinco países vizinhos que os abrigam, como Líbano, Jordânia, Turquia, Iraque e Egito, oferecendo o que estimamos que serão mais de 100 mil oportunidades de reassentamento e acolhimento humanitário", afirmou o Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados, António Guterres, a repórteres.
Ele se pronunciou no fim de uma conferência de pedido de ajuda em nível ministerial em Genebra, na qual autoridades de primeiro escalão dos vizinhos da Síria detalharam o fardo financeiro que acolher milhões de sírios está impondo às suas economias, apelando por mais ajuda humanitária e para que mais países aceitem refugiados.
Enfatizando as dificuldades que as comunidades enfrentam para acomodar os milhões de sírios --menos empregos, salários menores, infraestruturas sobrecarregadas, maior exigência de água, eletricidade, educação e serviços de saúde--, Guterres declarou: "Tenho que dizer que o mundo tem uma dívida de gratidão com os países vizinhos que provavelmente nunca poderá pagar ou expressar totalmente." Como quase metade da população síria está desabrigada dentro do país ou refugiada no exterior, a necessidade de reassentamento irá durar anos.
“Acreditamos que um décimo dos refugiados sírios na região deveria ser reassentado”, disse Guterres.
Entre estes estão os mais vulneráveis, como sobreviventes de tortura, pessoas com necessidades médicas prementes e mulheres que ficaram sozinhas para cuidar dos filhos. Desde 2013, a Alemanha se comprometeu a receber 30.000 sírios, a Austrália 5.600, a Suécia 1.200 e a Noruega 1.000.
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1. Longe de casa
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1/15 (Muhammad Hamed/Reuters)
São Paulo –
Mais de dois milhões de pessoas saíram da
Síria em direção a campos de refugiados da Organização das Nações Unidas em países vizinhos desde que a guerra civil começou, dois anos atrás. A situação não é inédita no mundo. De acordo com a agência da
ONU responsável por refugiados, mais de 32 milhões de pessoas deixaram seus países por causa da situação política ou social da região em que viviam. Em áreas próximas a zonas de conflito e instabilidade, a ONU constrói centros (complexos, campos ou vilas) para abrigar aqueles que, por fome,
guerra ou doenças, tiveram de escapar de seu país natal. Alguns campos de refugiados chegam ao tamanho de cidades: o maior deles, localizado no
Quênia, abriga mais de 400 mil pessoas. A pedido de
EXAME.com, a Agência de Refugiados da ONU (UNHCR, na sigla em inglês) levantou informações sobre os maiores campos de refugiados do mundo. Embora esses sejam os dados mais atualizados, a cada dia os números podem mudar – especialmente em regiões onde o conflito ainda é intenso, como nas proximidades da Síria, onde
a guerra civil já matou mais de 110 mil pessoas. Clique nas fotos e veja os maior campos de refugiados do mundo.
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2. 1. Dadaab, Quênia
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2/15 (Getty Images)
Localização: nordeste do Quênia, próximo à fronteira com a Somália, na África
Habitantes: 402,361 pessoas
Contexto: um complexo de cinco campos abriga pessoas que fugiram da guerra civil na vizinha Somália.
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3. 2. Dollo Ado, Etiópia
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3/15 (Giro 555/Flickr)
Localização: sudoeste da Etiópia
Habitantes: 198,462 pessoas
Contexto: complexo de cinco campos abriga somalianos que fugiram das condições precárias (fome e seca) de seu país
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4. 3. Kakuma, Quênia
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4/15 (Zoriah/Flickr)
Localização: noroeste do Quênia, próximo à fronteira com o Sudão do Sul
Habitantes: 124,814 pessoas
Contexto: o campo abriga somalianos e sudaneses que fugiram das guerras e condições precárias em seus países de origem
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5. 4. Za’atri, Jordânia
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5/15 (Getty Images)
Localização: norte da Jordânia, próximo à fronteira com a Síria
Habitantes: 122,723 pessoas
Contexto: abriga refugiados sírios que escaparam da guerra civil em seu país
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6. 5. Jabalia, Faixa de Gaza (Palestina)
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6/15 (Getty Images)
Localização: faixa de Gaza, na Palestina
Habitantes: cerca de 110,000 pessoas
Contexto: abriga palestinos desde o fim da guerra árabe-israelense, em 1948
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7. 6. Sahrawi, Argélia
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7/15 (Getty Images)
Localização: sudoeste da Argélia
Habitantes: cerca de 90 mil pessoas
Contexto: um complexo de cinco campos abriga africanos do oeste do deserto do Saara desde o conflito com forças marroquinas por questões territoriais na década de 1970
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8. 7. Yida, Sudão do Sul
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8/15 (Getty Images)
Localização: norte do Sudão do Sul
Habitantes: 70.095 pessoas
Contexto: sudaneses que fugiram da guerra civil que separou o Sudão e agora tentam escapar de condições de miséria vivem no campo
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9. 8. Mbera, Mauritânia
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9/15 (Cyprien Fabre/Creative Commons)
Localização: sudeste da Mauritânia, quase na fronteira com Mali
Habitantes: 69.676 pessoas
Contexto: a maioria dos refugiados fugiram do conflito no país vizinho Mali, que sofreu um golpe militar em 2012, após dez anos de relativa estabilidade. Disputas com rebeldes separatistas no norte levaram a um intervenção francesa no país e eleições foram instauradas. O novo presidente tomou posse nesta quarta-feira.
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10. 9. Nakivale, Uganda
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10/15 (Stephen Luke/Creative Commons)
Localização: sul da Uganda, próximo à fronteira com a Tanzânia
Habitantes: 68.996 pessoas
Contexto: abriga refugiados de Ruanda desde a guerra civil e genocídio na década de 1990
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11. 10. Nyarugusu, Tanzânia
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11/15 (Anduze traveller/Creative Commons)
Localização: noroeste da Tanzânia, próximo à fronteira com Burundi
Habitantes: 68.197 pessoas
Contexto: criado no fim da década de 1990, abriga milhares de congoleses que fugiram da guerra civil no país
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12. 11. Tamil Nadu, Índia
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12/15 (EC/ECHO Arjun Claire)
Localização: sudeste da Índia
Habitantes: 66.700 pessoas
Contexto: um complexo com 112 campos abriga refugiados da guerra no Sri Lanka, onde guerrilheiros de uma minoria étnica lutam pelo separatismo há mais de quinze anos. Na região, ainda mais 34 mil cingaleses vivem fora dos campos de refugiados
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13. 12. Vila da Panian, no Paquistão
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13/15 (Reprodução/Google Maps)
Localização: nordeste do Paquistão
Habitantes: 56.820 pessoas
Contexto: uma vila onde refugiados afegão vivem há mais de 30 anos, fugidos de regimes fundamentalistas e guerras em seu país
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14. 13. Vila de Shamshatoo, Paquistão
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14/15 (UN Photo/Eskinder Debebe)
Localização: nordeste do Paquistão, próximo à fronteira com o Afeganistão
Habitantes: 53.537 pessoas
Contexto: uma vila onde refugiados afegãos vivem há mais de 30 anos, fugidos de regimes fundamentalistas e guerras em seu país
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15. Agora, veja imagens do ataque que deixou centenas de refugiados na Síria
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15/15 (REUTERS/Nour Fourat)