EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 2 de abril de 2013 às 19h44.
Sabaneta - O atual presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fez uma peregrinação à terra natal do falecido líder socialista Hugo Chávez nesta terça-feira e prometeu vencer a eleição de 14 de abril em sua homenagem.
"Enxergamos Chávez como nosso pai. Ele marcou a nossa vida, é por isso que viemos aqui para fazer um juramento na terra de seu nascimento de que nunca o desapontaremos", disse Maduro, de 50 anos, no vilarejo de Sabaneta, onde nasceu seu ex-chefe.
"Serei o presidente deste país porque ele ordenou", acrescentou Maduro no lançamento oficial de sua campanha eleitoral para a Presidência do país sul-americano produtor de petróleo.
As pesquisas de opinião dão a Maduro, um ex-motorista de ônibus que ascendeu até ser ministro das Relações Exteriores e vice-presidente de Chávez, uma liderança folgada, de entre 11 e 20 pontos percentuais, sobre o adversário da oposição, Henrique Capriles.
O corpulento e bigodudo Maduro está se beneficiando da bênção pessoal de Chávez, que o nomeou seu herdeiro três meses antes de morrer de câncer em 5 de março.
Esse endosso, no último discurso público de Chávez, evitou a luta interna pela sucessão dentro do Partido Socialista, da situação, e transformou o status de Maduro aos olhos dos simpatizantes apaixonados de seu mentor.
"Apoio Maduro porque Chávez deixou nele as esperanças de resolver os problemas do povo, eu o apoiarei enquanto ele tiver os mesmos sentimentos de Chávez", disse Carlos Guzmán, um agricultor de 23 anos do Estado de Barinas, no oeste da Venezuela, que inclui Sabaneta.
Maduro também tem um aparato estatal rico por trás dele, credenciais da classe operária que caem bem com os leais partidários chavistas, e a boa vontade de milhões que se beneficiam das políticas de bem estar social, ou "missões", financiadas pelo petróleo de Chávez. A Venezuela tem as maiores reservas de petróleo do mundo.
OPOSIÇÃO ADMIRA O BRASIL Capriles é governador de um Estado central, e quer reverter as nacionalizações econômicas e a polarização política da era de Chávez em favor de um modelo de livre mercado ao estilo brasileiro, com forte gastos de bem-estar social.
Ele estava lançando sua campanha no Estado produtor de petróleo de Monagas na terça-feira. Estrategistas da oposição esperam que o efeito "solidariedade" com a morte de Chávez diminua, dando a Capriles uma chance de disputa se ele concentrar a atenção dos eleitores na miríade de problemas diários, de buracos na estrada a cortes de energia.
Capriles, de 40 anos, também promete manter as "missões" de Chávez, embora pretenda usar funcionários venezuelanos e não os mais de 40.000 trabalhadores cubanos que entraram no país sob Chávez.
"Com Henrique Capriles, a partir de 14 de abril todos os venezuelanos vão ganhar mais, comer melhor e dormir em paz", disse seu diretor de campanha, Carlos Ocariz, em um evento em Caracas para lançar o período oficial de campanha de 10 dias.
Capriles está prometendo aumentar o salário mínimo em 40 por cento para conter o impacto da desvalorização recente, diversificar a economia e combater o crime, que cresceu durante os 14 anos de governo de Chávez.
Ele ridiculariza Maduro como um funcionário incompetente, tentando pateticamente imitar Chávez.