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Na ONU, Palestina tenta minar “acordo de paz” de Trump

O plano chamado de “acordo do século” pelo presidente dos Estados Unidos contou apenas com a participação de Israel

Donald Trump: presidente americano incumbiu o genro, Jared Kushner, de estabelecer a paz no Oriente Médio (Leah Millis/Reuters)

Donald Trump: presidente americano incumbiu o genro, Jared Kushner, de estabelecer a paz no Oriente Médio (Leah Millis/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 11 de fevereiro de 2020 às 06h44.

Última atualização em 11 de fevereiro de 2020 às 07h13.

São Paulo — Em mais uma demonstração palestina contra o chamado “acordo do século” apresentado no último mês pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta terça-feira o líder do estado que há décadas reivindica a soberania dos territórios da Cisjordânia e de Jerusalém, Mahmoud Abbas, irá à sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, para discursar contra a proposta.

Além da fala do presidente palestino, também nesta terça-feira, o Conselho de Segurança da ONU deve votar o texto do acordo proposto por Trump. A expectativa é que o memorando seja recusado pelos próprios norte-americanos dado a recusa palestina em aceitar as condições do pacto. Embora trate das relações entre Palestina e Israel, a formulação do tratado contou apenas com a participação de Israel, por meio de diversos encontros entre o primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, e Trump.

Chamado por Trump de “acordo mais difícil do mundo”, a proposta, que também segundo o presidente é uma “solução de dois estados razoável”, prevê a duplicação do atual território palestino e um investimento de 50 bilhões de dólares na economia local.

Ainda assim, a Palestina ficaria com apenas 22% de seu território original. O plano negociado com Israel estabelece a soberania do estado judeu sobre boa parte do vale do rio Jordão e engloba partes da Cisjordânia, região de maioria palestina.

Outro ponto criticado pela Palestina é que Jerusalém permaneceria sendo considerada “capital indivisível” de Israel, um dos principais aliados dos EUA no Oriente Médio. Durante uma sessão extraordinária da Liga Árabe para discutir o plano apresentado por Trump no início do mês, o líder palestino afirmou que não entrará para a história como o presidente que “vendeu Jerusalém”.

O plano de estabelecer melhores relações entre palestinos e israelenses não é nada novo para Trump. Poucos dias antes de entrar na Casa Branca, o presidente incumbiu o genro, Jared Kushner, de estabelecer a paz no Oriente Médio. A expectativa era retomar o diálogo entre os dois lados, que estavam paralisados desde 2014. Se nos últimos 50 anos a rivalidade histórica não foi resolvida, dificilmente será agora, com um “acordo” unilateral.

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