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Na ONU, EUA impõem novas sanções à cúpula chavista e ameaçam Venezuela

Presidente americano, Donald Trump, evitou falar sobre quais medidas estariam sendo pensadas contra a Venezuela

"Estamos investindo muito tempo e esforço na Venezuela", disse o presidente americano (Adriana Loureiro/Reuters)

"Estamos investindo muito tempo e esforço na Venezuela", disse o presidente americano (Adriana Loureiro/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de setembro de 2018 às 09h12.

Nova York - O Departamento do Tesouro dos EUA anunciou nesta terça-feira, 25, novas sanções contra a cúpula do regime chavista. Entre os punidos estão Cilia Flores, mulher do presidente, Nicolás Maduro, e a vice-presidente Delcy Rodríguez. Ao mesmo tempo, na ONU, o presidente Donald Trump classificou o regime venezuelano de "repressivo" e falou em uma aliança pela "restauração da democracia na Venezuela".

Em Nova York, Trump foi questionado pela imprensa mais de uma vez sobre quais medidas estariam sendo analisadas pelos EUA contra a Venezuela. Após encontro com o presidente da Colômbia, Iván Duque, ele evitou respostas diretas sobre a possibilidade de intervenção militar.

"Estamos olhando de maneira muito atenta para a Venezuela", afirmou Trump. "Estamos investindo muito tempo e esforço na Venezuela", disse, questionado sobre a possibilidade de mais sanções. O presidente americano afirmou também que o que acontece no país é "perturbador e perigoso". "É um lugar horrível atualmente", disse Trump.

No momento mais tenso da entrevista, Trump sugeriu que o regime chavista poderia ser derrubado "muito rapidamente" pelas Forças Armadas, "se os militares decidissem fazer isso". "Temos olhado para isso e vamos ver o que acontece", disse o presidente.

Segundo Trump, sua visão é compartilhada por outros países da América Latina, como Colômbia e Peru.

Além de Cilia e Delcy, as ações do governo americano anunciadas nesta terça atingem também os ministros da Informação, Jorge Rodríguez - irmão de Delcy -, e da Defesa, Vladimir Padrino López. Todos estariam envolvidos em casos de corrupção.

As sanções incluem a apreensão de um jato particular, cujo proprietário tem ligações com Maduro. Em ato transmitido pela TV estatal da Venezuela, o presidente venezuelano chamou as autoridades americanas de "covardes" por aplicarem sanção a sua esposa. "Como não podem com Maduro, vão atrás de Cilia. Não sejam covardes", disse.

Cilia, Delcy, Jorge Rodríguez e Padrino López fariam parte da rede criminosa comandada por Diosdado Cabello, o número 2 do chavismo, e pelo empresário Rafael Sarria Diaz, acusado de lavar dinheiro para a cúpula do governo venezuelano nos EUA. Ambos já haviam já haviam sido alvo de sanções americanas em maio.

"Maduro depende de seu círculo interno para manter o controle sobre o poder, enquanto seu regime rouba o que resta da riqueza da Venezuela. Continuamos a identificar partidários que permitem a Maduro solidificar seu poder enquanto o povo venezuelano sofre", disse o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin. "O Tesouro americano continuará a impor punição financeira aos responsáveis pelo trágico declínio da Venezuela e às pessoas que eles usam para mascarar sua riqueza ilícita."

O Departamento do Tesouro também impôs sanções a alguns chavistas suspeitos de tráfico de drogas. É o caso do ex-vice-presidente Tareck El Aissami, considerado um narcotraficante nos EUA. A suspeita de que o Estado venezuelano esteja envolvido no negócio aumentou após a prisão de Efraín e Franqui Flores, filhos do primeiro casamento de Cilia Flores. Eles foram detidos no Haiti com 800 quilos de cocaína, que seriam levados para os EUA.

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