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Na Lituânia, papa Francisco critica países que "expulsam os outros"

Sem nomear qualquer país, papa Francisco fez referência a países que não quiseram acolher refugiados

Papa Francisco (Alessandro Bianchi/Reuters)

Papa Francisco (Alessandro Bianchi/Reuters)

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Reuters

Publicado em 22 de setembro de 2018 às 15h07.

Vilnius - O papa Francisco disse no início de uma viagem de quatro dias aos países bálticos, neste sábado, que a Lituânia deve ver seu doloroso passado sob o domínio soviético e nazista como um impulso para promover a tolerância na Europa.

Francisco, na primeira viagem de um papa à região desde 1993, está usando sua visita para levar uma mensagem de solidariedade à Lituânia, Letônia e Estônia, enquanto eles olham com cautela para uma Rússia agressiva, quase 30 anos depois que eles se separaram da então União Soviética.

Em seu primeiro discurso, ele alertou os lituanos para tomarem cuidado com aqueles que "semeiam divisão e confronto --muitas vezes explorando a insegurança ou situações de conflito-- e proclamando que a única maneira possível de garantir a segurança e a continuidade de uma cultura é tentar eliminar, cancelar ou expulsar os outros".

Embora ele não tenha mencionado nenhum país, estava aparentemente se referindo a governos populistas em vários países europeus, incluindo a vizinha Polônia, Hungria e Itália, que obtiveram ganhos políticos com posições anti-imigração.

"Ao longo da sua história, a Lituânia conseguiu abrigar, receber e aceitar povos de várias etnias e religiões", disse o papa em discurso ao presidente Dalia Grybauskaite e ao corpo diplomático.

Ele elogiou a capacidade do país de superar as "ideologias totalitárias", uma referência à ocupação nazista durante a Segunda Guerra Mundial e à dominação soviética de 1944 a 1991.

"Você sofreu 'na carne' aqueles esforços para impor um único modelo que anularia as diferenças...", ele disse, acrescentando que os lituanos poderiam oferecer suas experiências "à Comunidade Europeia em particular".

O papa disse que a Lituânia, que assim como os outros dois países bálticos é membro da União Europeia e da Otan, deveria usar sua história e posição geográfica como "uma ponte entre a Europa Oriental e Ocidental".

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