Mundo

Na França, Sarkozy anuncia retorno à política

O homem que liderou os franceses entre 2007 e 2012 anunciou nesta sexta-feira no Facebook que vai disputar o comando de seu partido conservador em eleições

Sarkozy: ele enfrenta uma série de problemas legais ligados a acusações de corrupção (Benoit Tessier/Files/Reuters)

Sarkozy: ele enfrenta uma série de problemas legais ligados a acusações de corrupção (Benoit Tessier/Files/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2014 às 16h23.

São Paulo - O ex-presidente da França, Nicolas Sarkozy, quer seu cargo de volta.

O homem que liderou os franceses entre 2007 e 2012 anunciou nesta sexta-feira no Facebook que vai disputar o comando de seu partido conservador, o União Por um Movimento Popular (UMP), nas eleições do próximo mês.

A medida, muito antecipada, é vista como um primeiro passo na corrida pela Presidência em 2017.

Sarkozy, marido da modelo e cantora Carla Bruni, enfrenta uma série de problemas legais ligados a acusações de corrupção. Mas parece que isso não vai impedi-lo de preparar seu retorno à política.

Quando foi presidente, ele tentou, junto à chanceler alemã, Angela Merkel, trazer estabilidade à zona do euro, no auge da crise da dívida europeia.

Ele sempre foi tratado como uma figura polêmica, e muitas vezes referiam-se a Sarkozy como o "presidente bling bling" devido a seu estilo de vida de alto padrão.

Quando deixou o Palácio do Eliseu em 2012, ele afirmou estar largando a vida de político e disse que iria encontrar uma maneira diferente de servir ao seu país.

Agora, seu sucessor, o socialista François Hollande, se tornou o presidente mais impopular da França moderna por causa de suas decisões econômicas. Sarkozy ressurgiria, então, como a oposição de centro-direita, embora seu próprio partido esteja dividido por brigas internas.

A coligação de Sarkozy, que ele comandou antes de se tornar presidente pela primeira vez, se tornou um ninho de divisões sem nenhuma liderança.

Então, após pesquisas apontarem para algumas demonstrações de apoio ao ex-presidente, ele escreveu no Facebook: "eu decidi propor uma nova escolha política aos franceses".

"Eu amo demais a França. Eu sou muito apaixonado pelo debate público e pelo futuro de meus compatriotas para vê-los condenados a escolherem entre o espetáculo desesperador de hoje e a perspectiva de um isolamento sem objetivo", escreveu Sarkozy, em referência ao governo de Hollande a à disparada recente da candidata de extrema direita, Maine le Pen.

Até a tarde desta sexta-feira, mais de 54 mil pessoas haviam curtido a publicação do ex-presidente e mais de 13 mil compartilharam o texto.

"Bem-vindo e bom retorno! Enfim temos uma esperança e uma renovação no horizonte", comentou Margaux Belval, de 26 anos, moradora de Limoges.

Já Massine Koui, uma habitante de Mauzé-Sur-Le-Mignon, criticou o retorno: "todas essas belas promessas, é formidável! Mas por que não foram feitas entre 2007 e 2012? É preciso deixar o cargo, sua vez já passou".

Desde que o ex-presidente deixou o posto, ele tem seguido a turnê de shows da sua esposa e concedeu palestras em eventos internacionais. Ele também foi detido para ser interrogado e enfrentou acusações legais por tráfico de influência, se tornando o primeiro ex-chefe de Estado francês a ser mantido sob custódia.

Com informações da Associated Press e da Market News International.

Acompanhe tudo sobre:EleiçõesEuropaFrançaFuncionalismoNicolas SarkozyPaíses ricosPolíticos

Mais de Mundo

Zelensky quer que guerra contra Rússia acabe em 2025 por 'meios diplomáticos'

Macron espera que Milei se una a 'consenso internacional' antes da reunião de cúpula do G20

Biden e Xi Jinping se reúnem antes do temido retorno de Trump

Incêndio atinge hospital e mata 10 recém-nascidos na Índia