Silvio Berlusconi (AFP/Vincenzo Pinto)
Da Redação
Publicado em 27 de janeiro de 2013 às 16h20.
Roma - Benito Mussolini, que dirigiu a Itália de 1922 a 1943, fez muitas coisas boas, com exceção das famosas leis raciais antissemitas, disse neste domingo o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, novamente candidato às eleições que serão realizadas em fevereiro.
"As leis raciais representam a pior falta de um líder, Mussolini, que, pelo contrário, fez muitas coisas boas em tantas outras áreas", afirmou o ex-chefe de governo, ao falar em Milão durante uma cerimônia por ocasião do dia da memória do Holocausto.
A partir de 1938, o regime de Mussolini promulgou uma série de decretos, conhecidos como "leis raciais", que introduziram medidas de discriminação e perseguição contra judeus italianos.
A Itália "não tem as mesmas responsabilidades que a Alemanha", acrescentou o Cavaliere, depois que a chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou no sábado que a Alemanha possuía "uma responsabilidade permanente pelos crimes do nacional-socialismo".
As declarações de Berlusconi não demoraram a gerar fortes reações. "É simplesmente asqueroso que justamente no dia da memória, Berlusconi reabilite a ação do ditador que colocou a Itália na Segunda Guerra Mundial", afirmou Débora Sarracchiani, deputada europeia pelo Partido Democrata (esquerda), em um comunicado.
Por sua vez, o atual chefe de Estado, Mario Monti, que se encontrava presente na cerimônia na qual Berlusconi formulou suas declarações, destacou que "o risco de segregação e do antissemitismo é ainda muito presente".