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Musk critica caças tripulados como o F-35 — e exalta uso de drones para guerras

Startups do Vale do Silício estão tentando mudar a forma como o Pentágono executa seu orçamento com armas

Bilionário vai comandar Departamento de Eficiência Governamental e prevê cortes em diversos setores

Bilionário vai comandar Departamento de Eficiência Governamental e prevê cortes em diversos setores

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 25 de novembro de 2024 às 09h20.

O CEO da Tesla, Elon Musk, que também vai comandar o novo Departamento de Eficiência Governamental, voltou a polemizar. No domingo, em sua rede social X, o bilionário repostou um vídeo com um verdadeiro "enxame" de drones voando de forma sincronizada com o seguinte comentário: "Enquanto isso, alguns idiotas ainda estão construindo jatos de caça tripulados como o F-35".

Abaixo de um comentário de um usuário que disse que "drones são o novo nível de guerra", Musk respondeu com o emoji "100", que indica forte apoio.

"Temos aeronaves com um desempenho excepcionalmente bom contra a ameaça para a qual foram projetadas. Os pilotos enfatizam que este é o caça que eles querem levar para a guerra se forem chamados", disse um porta-voz do Pentágono à Fortune. A Lockheed Martin, que é a principal fabricante das aeronaves, disse que "trabalhará com a nova administração" e reforçou seu apoio aos caças F-35.

“Como fizemos em seu primeiro mandato, esperamos um forte relacionamento de trabalho com o presidente Trump, sua equipe e também com o novo Congresso para fortalecer nossa defesa nacional”, disse um porta-voz da empresa. “O F-35 é o caça mais avançado e conectado do mundo", completou.

Novas armas do Pentágono

Segundo a Fortune, startups do Vale do Silício, como a Anduril, estão desenvolvendo drones enquanto buscam mudar a forma como o Pentágono desenvolve e compra armas. O CEO da empresa, inclusive, teria consultado Trump e sua equipe sobre a reformulação dessa política.

Enquanto isso, centenas de F-35s já estão em uso nas Forças Armadas dos EUA e entre seus principais aliados ao redor do mundo. Ao longo de seu ciclo de produção, o Pentágono planeja comprar cerca de 2.400 F-35s para a Força Aérea, Marinha e Corpo de Fuzileiros Navais para substituir caças antigos.

O Pentágono concedeu o contrato à Lockheed pela primeira vez em 2001, mas o programa tem sido alvo de críticas constantes devido a estouros no orçamento e atrasos.Depois de incluir as despesas para desenvolver, fabricar, operar e manter sua frota eventual de F-35s ao longo da vida útil total do caça, que pode se estender até 2088, o Departamento de Defesa estima que o F-35 custará US$ 1,8 trilhão, tornando-o o programa de armas mais caro do Pentágono, de acordo com a Fortune.

Um relatório tornado público recentemente do chefe de testes de armas do Departamento de Defesa descobriu que a confiabilidade, manutenção e disponibilidade do F-35 estão "abaixo das expectativas de serviço". Em resposta a esse relatório, a Lockheed disse que o F-35 "consistentemente atende ou excede os requisitos de desempenho de confiabilidade que somos contratados para entregar".

Em um artigo de opinião do Wall Street Journal na semana assada, Musk e seu colega Vivek Ramaswamy  do Departamento de Eficiência Governamental não destacaram nenhum programa de armas, mas notaram que o Pentágono falhou recentemente em uma sétima auditoria seguida, sugerindo que a "liderança da agência tem pouca ideia de como seu orçamento anual de mais de US$ 800 bilhões é gasto".

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