Museu do Amanhã é o grande eixo da revitalização do centro do Rio (Divulgação/Santiago Calatrava)
Da Redação
Publicado em 2 de maio de 2012 às 21h43.
Rio de Janeiro - O arquiteto espanhol Santiago Calatrava afirmou nesta quarta-feira que o Museu do Amanhã, que será construído no Píer Mauá, na zona portuária do Rio de Janeiro, pretende dar uma ''lição de sustentabilidade'' e ser um exemplo de um urbanismo de ''melhor qualidade''.
''Queremos que o museu se transforme em um verdadeiro passeio arquitetônico. Nossa meta é poder fazer com que uma visita ao redor do museu seja uma lição de sustentabilidade, de botânica, de relação com o entorno e do que significa energia solar'', explicou Calatrava ao apresentar o projeto detalhado do museu.
Calatrava ressaltou a ''importância urbana'' deste edifício que, segundo ele, não só viverá dos aspectos do museu, mas de sua capacidade de transformar a degradada zona portuária em um dos locais ''mais belos'' da cidade.
O Museu do Amanhã é o grande eixo da revitalização do centro do Rio, que também inclui a demolição do elevado Perimetral, que ''estava partindo a cidade'' - nas palavras do arquiteto espanhol.
O projeto, apresentado em 2010 e que deverá ser inaugurado em maio de 2014, apresenta um edifício de dois andares, que segue a planta retangular do píer onde será construído. Segundo Calatrava, o edifício terá formas singelas e arquetípicas, já que seu desenho possui o objetivo de ''dialogar'' com a cidade.
O museu estará dedicado em parte à sustentabilidade e, por isso, deverá ser construído com aproveitamento de materiais reciclados. O edifício também aproveitará a energia solar com painéis móveis e filtrará água da baía de Guanabara para ser usada em seu sistema de refrigeração e nas piscinas da base do edifício.
O responsável pelo desenho das exposições, Andrés Clerici, explicou que o Museu do Amanhã será uma instituição dedicada à ciência, embora apresente ferramentas das artes e da poesia. Neste aspecto, a ideia é propiciar uma reflexão sobre o estilo de vida contemporâneo e as ameaças ao equilíbrio do meio ambiente.
Além do conceito em sua construção, o museu também se preocupará em apresentar uma ''visão humanista'' do futuro mais imediato através de inúmeras atividades interativas e audiovisuais, que, por sua vez, vão expor diversas tendências que serão enfrentadas pela humanidade devido à mudança climática, o aumento da população e as inovações tecnológicas.
O projeto exigirá investimentos de R$ 215 milhões e será custeado com investimentos privados, segundo a Prefeitura.
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, disse que o museu se transformará em um ''ícone'' da cidade, algo similar ao estádio do Maracanã, o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar.