O presidente do Egito, Mohamed Mursi (D) fala com o ministro das Relações Exteriores, Mohamed Kamel Amr, durante a abertura da cúpula da Liga Árabe em Doha: "governo se compromete a assumir sua responsabilidade", diz chefe de governo (REUTERS / Ahmed Jadallah)
Da Redação
Publicado em 2 de julho de 2013 às 09h12.
Cairo - O presidente do Egito, Mohamed Mursi, está reunido em caráter de urgência com o chefe de governo, Hisham Qandil, e todo seu gabinete, com exceção dos ministros de Defesa e do Interior.
A imprensa do país informou que o Executivo poderia apresentar sua demissão em bloco, embora a medida extrema ainda não tenha sido confirmada.
Por meio de um comunicado, o governo explicou que o Conselho de Ministros "autorizou Qandil a apresentar recomendações ao presidente para sair da crise dentro da legitimidade constitucional".
Na reunião do Conselho de Ministros, Qandil expressou sua tristeza pela morte de civis nos protestos dos últimos dias e afirmou que "é preciso proteger a Revolução do 25 de Janeiro (que derrubou o regime de Hosni Mubarak) e as vidas dos cidadãos".
"O governo se compromete a assumir sua responsabilidade para todos os cidadãos sem diferenciar entre eles, nestas circunstâncias difíceis e críticas, segundo os interesses supremos da pátria", disse Qandil, citado pela agência oficial "Mena".
Além disso, o chefe do Executivo assegurou não ter tomado uma decisão sobre os cinco ministros que apresentaram sua renúncia, o último deles o titular das Relações Exteriores, Mohammed Kamel Amr, nesta madrugada.
Por outro lado, o porta-voz da Frente de Salvação Nacional -o maior agrupamento opositor -, Khaled Dawoud, divulgou hoje um comunicado pessoal no qual afirmou que não apoia um golpe militar.
Dawoud explicou que suas reflexões expressam seu visão e não a postura oficial da Frente de Salvação Nacional. O porta-voz disse ainda que a oposição confia na promessa do Exército de que não participará da política nem do governo do país.
As Forças Armadas deram ontem a Mursi e às forças políticas um ultimato de 48 horas para que "atendam as reivindicações do povo", em aparente referência às manifestações que pedem desde domingo eleições presidenciais antecipadas.