O presidente deposto do Egito, Mohamed Mursi em 29 de maio de 2013: Ministério Público os acusa, além disso, de "financiar o terrorismo" (AFP)
Da Redação
Publicado em 18 de dezembro de 2013 às 12h37.
Cairo - O ex-presidente egípcio Mohamed Mursi e outros dirigentes islamitas serão julgados por colaborar com organizações estrangeiras para perpetrar ações terroristas e divulgar segredos de Estado, informou nesta quarta-feira a Procuradoria Geral.
Entre os envolvidos nesta causa estão também o líder da Irmandade Muçulmana, Mohamed Badía, e o presidente do Partido Liberdade e Justiça (PLJ), braço político da confraria, Saad Katatni.
As investigações revelaram, segundo a Procuradoria, que a confraria preparou um plano para se aliar com organizações estrangeiras como o movimento islamita palestino Hamas e o libanês xiita Hezbollah.
Em 26 de julho, a justiça egípcia ordenou a prisão preventiva de Mursi -deposto em um golpe militar no começo do mês- por suposta ligação com o Hamas para perpetrar "ações inimigas contra o país".
O Ministério Público os acusa, além disso, de "financiar o terrorismo, dar treinamento militar para cumprir os objetivos da organização internacional da Irmandade Muçulmana e perpetrar ações que danificam a independência, a unidade e integridade do Egito", de acordo com a agência oficial "Mena".
Um total de 36 pessoas, 19 já detidas, serão processadas por estas acusações, entre elas altos cargos da Irmandade que serão julgados: Jairat al Shater, Esam el Arian e Mohamed al Beltagui.
O procurador-geral egípcio, Hisham Barakat, ordenou que os três sejam apresentados perante um tribunal penal, embora será a corte que fixará a data do comparecimento.
A maioria dos acusados têm outras causas pendentes geralmente relacionadas com incitação à violência e com a morte de manifestantes, e alguns dos processos já começaram.
Mursi está sendo julgado, além disso, por seu suposto envolvimento na morte de manifestantes em frente ao palácio presidencial do Cairo em dezembro de 2012.