Manifestante contrário ao presidente Mohamed Mursi segura bandeira nacional durante confronto com a polícia no Cairo (Amr Abdallah Dalsh/Reuters)
Da Redação
Publicado em 30 de janeiro de 2013 às 09h19.
Cairo/Berlim - O presidente do Egito, Mohamed Mursi, chegou na quarta-feira à Alemanha na tentativa de convencer a Europa das suas credenciais democráticas, num momento em que uma onda de violência em seu país já deixou mais de 50 mortos.
O comandante do Exército egípcio alertou na terça-feira que o Estado estará à beira de um colapso se os partidários e oponentes de Mursi não pararem de se confrontar nas ruas.
Por causa da crise, desencadeada nas manifestações que marcaram o segundo aniversário da revolução popular que derrubou o ditador Hosni Mubarak, Mursi abreviou a agenda da sua viagem à Europa, cancelando o plano de visitar Paris depois de Berlim. Ele volta ainda na quarta-feira ao Cairo.
Na manhã de quarta-feira, nos arredores da praça Tahrir, no Cairo, manifestantes apedrejaram policiais, que reagiram com gás lacrimogêneo, mas os incidentes foram breves.
"Nossa exigência é simplesmente que Mursi vá embora, e que deixe o país em paz. Ele é como Mubarak e sua turma que agora estão na prisão", disse Ahmed Mustafa, de 28 anos, que estava munido de óculos de mergulho para se proteger do gás lacrimogêneo.
Os críticos de Mursi acusam o presidente e sua Irmandade Muçulmana de terem traído o espírito da revolução de 2011, concentrando poderes demais nas suas mãos. Os partidários de Mursi lembram que ele comanda o primeiro governo eleito democraticamente na história egípcia.