Muro: o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, negou que seu país vá assumir essa conta (Sandy Huffaker/Getty Images)
EFE
Publicado em 26 de janeiro de 2017 às 13h58.
Washington - Os líderes republicanos no Congresso dos Estados Unidos, Paul Ryan, da Câmara dos Representantes, e Mitch McConnell, do Senado, cifraram nesta quinta-feira o custo estimado do muro na fronteira com o México proposto pelo presidente Donald Trump entre US$ 12 bilhões e US$ 15 bilhões.
McConnell, líder da maioria republicana no Senado, destacou que esse seria o custo previsto em entrevista coletiva antes do início do retiro dos republicanos na Filadélfia para delinear suas prioridades, ao qual deve comparecer o presidente Trump.
"Sentimos que temos uma obrigação de cumprir com os compromissos feitos durante a campanha eleitoral", disse Ryan, presidente da Câmara dos Representantes.
Ryan evitou comentar se esta despesa contribuirá para aumentar o déficit fiscal dos EUA, algo contra o que se mostrou radicalmente contra durante os últimos anos, e buscará compensá-lo com cortes orçamentários.
Trump disse em fevereiro de 2016, em plena campanha eleitoral, que calculava que construir o muro custaria cerca de US$ 8 bilhões.
Ambos números são, no entanto, inferiores aos cálculos independentes como o do grupo de investigação Bernstein, que situaram a fatura total entre US$ 15 bilhões e US$ 25 bilhões.
O Congresso não só terá que destinar uma nova verba de despesa adicional para financiar a construção do muro nos quase 2.000 quilômetros que ainda precisam ser valados, como também deverá autorizar os trabalhos para realizar este tarefa.
O presidente Trump assinou ontem a ordem executiva para iniciar a construção da grande barreira física com o vizinho do sul e garantiu que o México reembolsaria o custo.
No entanto, o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, negou que seu país vá assumir essa conta.
As tensões bilaterais cresceram hoje com um tweet de Trump no qual ameaçou cancelar a reunião com Peña Nieto, marcada para a próxima terça-feira, se esse país não estiver disposto a pagar pelo "tão necessário" muro que quer construir na fronteira.