Muro: "é um clamor de todos os mexicanos que este senhor Trump cale a boca e nos deixe trabalhar", disse uma mexicana (Yahir Ceballos/Reuters)
AFP
Publicado em 23 de fevereiro de 2017 às 11h26.
Em meio a carros alegóricos e desfiles, centenas de mexicanos participaram na noite desta quarta-feira do tradicional carnaval de Veracruz, que começou com a queima de uma representação do muro fronteiriço que o presidente americano, Donald Trump, pretende construir.
Com aplausos e gritos de alegria, as pessoas fizeram barulho na Praça de Armas do porto de Veracruz, no Golfo do México, quando esta festividade - que dura uma semana - começou ateando fogo em um muro feito de papelão, madeira e cola.
"Todos os mexicanos têm que fazer isso, não ter medo do novo presidente e enfrentá-lo com trabalho e com o coração", disse à AFP Leslie Ramos, uma arquiteta de 28 anos que, junto a sua família, contemplava a escultura que carregava a legenda "O Muro".
Eva Silvia Mulato, de 28 anos, contou os dias de angústia que seus familiares viveram em Los Angeles, Califórnia, após descobrirem que muitos de seus conhecidos podem ser deportados pelo endurecimento das políticas contra os imigrantes ilegais ordenada por Trump.
"Na minha casa não gosto do carnaval, mas desta vez vim porque é um clamor de todos os mexicanos que este senhor Trump cale a boca e nos deixe trabalhar", disse.
O magnata, que classificou os mexicanos ilegais de criminosos, desencadeou em janeiro uma crise diplomática com o México ao assinar decretos que autorizam a construção de um novo muro fronteiriço, que insiste que seja pago pelo México.