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Munique lembra 40 anos do atentado contra atletas de Israel

No local morreram nove atletas que eram feitos reféns - outros dois já tinham sido mortos na Vila Olímpica -, um policial alemão e cinco dos oito terroristas


	Bandeira de Israel é hasteada a meio mastro no Estádio Olímpico de Munique: Alemanha e Israel nunca esqueceram o "Massacre de Munique"
 (©AFP/Archivo)

Bandeira de Israel é hasteada a meio mastro no Estádio Olímpico de Munique: Alemanha e Israel nunca esqueceram o "Massacre de Munique" (©AFP/Archivo)

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Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2012 às 21h07.

Berlim - Representantes alemães e israelenses da política e do esporte lembraram nesta sexta-feira o atentado contra a equipe de Israel nos Jogos Olímpicos de Munique, 40 anos atrás, que deixou 17 mortos, em dia repleto de homenagens emocionadas, em que sobraram palavras de reprovação ao papel das autoridades durante a tragédia.

''Todo o mundo democrático foi afetado'', declarou o primeiro-ministro da Bavária, Horst Seehofer, durante ato em memória das vítimas realizado no antigo aeroporto militar de Fürstenfeldbruck, palco do sangrento desenlace do sequestro pelo grupo terrorista ''Setembro Negro''.

No local morreram nove atletas que eram feitos reféns - outros dois já tinham sido mortos na Vila Olímpica -, um policial alemão e cinco dos oito terroristas.

Seehofer e o ministro do Interior alemão, Hans-Peter Friedrich, falaram em seus discursos sobre a necessidade de manter extrema vigilância contra o terrorismo internacional.

Ankie Spitzer, viúva de Andre Spitzer, treinador de esgrima morto no ataque terrorista, subiu ao palanque montado para a cerimônia e revelou estar falando, mesmo 40 anos depois, ''com profunda tristeza e coração dolorido''.

Em nome de todos os familiares das vítimas e dos sobreviventes daquela tragédia, Spitzer prometeu ''não deixar nunca que o massacre seja esquecido''. Ainda no seu discurso, a viúva exigiu que a Alemanha abra nova investigação ''sobre os erros das autoridades'' na frustrada tentativa de libertar os reféns.

O vice-primeiro-ministro de Israel, Silvan Shalom, conclamou a comunidade internacional a combater o terrorismo contra o Estado israelense, ao mesmo tempo em que lançou duro ataque ao Irã, por querer desenvolver a bomba atômica, segundo o dirigente político, com clara intenção de atacar seu país.


O presidente do Conselho Central dos Judeus na Alemanha, Dieter Graumann, acusou os organismos de segurança alemães por graves erros durante as negociações com os terroristas. ''Mostraram um diletantismo desastroso, como não poderíamos ter imaginado nunca''.

Graumann também classificou de ''fria'' a decisão do Comitê Olímpico Internacional de seguir realizando os Jogos de Munique após breve suspensão.

A presidente da comunidade israelense de Munique e de Alta Baviera, Charlotte Knobloch, afirmou que o ato terrorista não foi apenas um atentado contra Israel ou judeus, ''mas um ataque contra todos''.

O chefe do distrito de Fürstenfeldbruck, Thomas Karmasin, afirmou que a cerimônia realizada nesta quarta-feira era um momento histórico. ''É nossa promessa de manter viva a lembrança também no futuro''.

A Alemanha iniciou nesta manhã na Vila Olímpica de Munique as solenidades de lembrança do atentado ocorrido a 40 anos. Nesta primeira cerimônia participaram, além do vice-primeiro-ministro israelense, o prefeito de Munique, Christian Ude, o presidente da Federação Alemã de Esportes Olímpicos, Thomas Bach, e familiares dos atletas falecidos.

Após encontro em Munique com o vice-primeiro-ministro israelense, Seehofer anunciou, que a capital bávara planeja erguer um monumento em memória dos mortos no atentado. ''Não podemos curar as feridas mas podemos tentar atenuar a dor'', afirmou o primeiro-ministro da Bavária.

''É um gesto que, tanto Israel quanto eu pessoalmente, apreciamos muito'', disse Shalom. O líder político afirmou que o atentado contra a equipe olímpica de seu país ''feriu o povo israelense, sobretudo por ter acontecido em território alemão''.

Os alemães pretendiam fazer com que as Olimpíadas de 1972 fossem os ''Jogos Felizes'' em contraposição aos realizados em 1936 durante o regime nazista. Isso se refletiu em medidas de segurança surpreendentemente frouxas e na discreta presença policial, segundo o relato de alguns dos atletas que residiram na Vila Olímpica. 

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