Recep Tayyp Erdogan: para tentar "encorajar" as mulheres do seu país a terem mais filhos, o mandatário disse que todas as turcas devem ter pelo menos três filhos (Adem Altan/AFP)
Da Redação
Publicado em 6 de junho de 2016 às 22h32.
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, perdeu uma excelente oportunidade de ficar calado ao comentar, no último final de semana, os direitos reprodutivos das mulheres turcas.
Para tentar "encorajar" as mulheres do seu país a terem mais filhos, o mandatário disse que todas as turcas devem ter pelo menos três filhos, pois uma mulher é "deficiente" e "incompleta" se não for mãe.
"Uma mulher que se abstém da maternidade dizendo 'eu estou trabalhando' significa que ela está, na verdade, negando sua feminilidade. Esse é meu pensamento sincero. Uma mulher que recusa a maternidade e os cuidados com a casa encara a ameaça de perder sua liberdade. Ela está incompleta, e é apenas metade, não interessa o quão bem sucedida ela seja nos negócios."
Erdogan disse ainda, durante discurso na Associação das Mulheres e da Democracia, em Istambul, que apoia que as mulheres tenham carreiras profissionais de sucesso, mas que a profissão não pode ser um "obstáculo" para que elas tenham filhos.
De acordo com as estatísticas, a população da Turquia cresceu 1,3% no ano passado, chegando a 78,7 milhões de pessoas. No ano de 2000, a população era de menos de 68 milhões.
"Famílias fortes formam nações fortes", finalizou o presidente, pai de dois meninos e de duas meninas.
No começo da semana passada o presidente despertou a fúria de ativistas ao afirmar, em um discurso televisionado, que "nenhuma família muçulmana" deve levar em conta o controle de natalidade ou o planejamento familiar.