O presidente uruguaio, José Mujica: Mujica fez chamada à paz e defendeu a liberdade de expressão e de manifestação pacífica sem limites (Miguel Rojo/AFP)
Da Redação
Publicado em 6 de maio de 2014 às 08h35.
Montevidéu - O presidente do Uruguai, José Mujica, estaria disposto a mediar o conflito na Venezuela e a fazer tudo o que estiver ao seu alcance para alcançar a paz entre ambas as partes, informou nesta quinta-feira a revista "Busqueda".
"Para evitar que se aprofunde um conflito dessa natureza, eu vou a qualquer lado se for necessário", disse Mujica, que ressaltou, no entanto, que sua intenção é "não se intrometer" no assunto se não for chamado.
Na última semana, um grupo opositor ao Executivo de Nicolás Maduro solicitou uma intermediação do presidente uruguaio, dada a sua boa sintonia com o governo bolivariano e o respeito internacional que possui, a qual Mujica respondeu dizendo que faria "oportunamente sua parte" para conseguir a paz.
Posteriormente, Mujica pediu "ao povo (da Venezuela) diminuir a onda de seus problemas e para se encontrar".
Desde que explodiram os protestos na Venezuela, que já resultou na morte de pelo menos 15 pessoas diretamente, o governo do Uruguai reiterou várias vezes seu apoio a Maduro como presidente eleito democraticamente pelos venezuelanos, lamentando as tentativas de derrubar seu governo.
No entanto, Mujica também fez uma chamada à paz e defendeu a liberdade de expressão e de manifestação pacífica sem limites.
Neste contexto, o chanceler venezuelano, Elías Jaua, chega hoje a Montevidéu como parte de uma viagem que realiza pelo Mercosul para falar sobre a situação em seu país e agradecer o apoio ao governo de Maduro, que, no caso do Mujica, foi duramente criticado pela oposição.
Em comunicado conjunto, três ex-presidentes uruguaios, Julio María Sanguinetti (1985-1990 e 1995-2000), Luis Alberto Lacalle (1990-1995) e Jorge Batlle (2005-2010), denunciaram na última quarta-feira os fatos da Venezuela como uma ferida "na consciência democrática" do continente americano.