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Mujica passa por procedimento cirúrgico ligado a efeitos colaterais de radioterapia

Ex-presidente uruguaio está com o esôfago bloqueado, e foi submetido a uma gastrostomia para poder voltar a se alimentar normalmente

Agência o Globo
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Publicado em 7 de setembro de 2024 às 17h52.

Última atualização em 7 de setembro de 2024 às 17h58.

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O ex-presidente do Uruguai, José Mujica, passou neste sábado por um procedimento cirúrgico relacionado a problemas digestivos causados pelo tratamento para um câncer no esôfago. Ele está desde quinta-feira em um hospital de Montevidéu, e os médicos dizem que ele deverá permanecer no local “por mais alguns dias”.

De acordo com a médica de Mujica, Raquel Pannone, Mujica, de 89 anos, passou por uma gastrostomia, um procedimento que consiste na colocação de uma sonda flexível no estômago, permitindo que ele se alimente normalmente — a médica revelou que uma fibrose formada no esôfago, ligada ao tratamento de radioterapia, impedia a alimentação.

"Não sabemos quanto tempo vai demorar esse processo, vai depender da evolução dele. O plano é que assim que isso for concluído ele possa voltar ao trânsito digestivo normal. Ele está bem, o procedimento teve um excelente resultado",  acrescentou Pannone em uma conferência de imprensa, citada pelo El País Uruguai.

Segundo ela, a sonda permitirá que o esôfago se recupere normalmente, mas a médica não quis dar prazos para sua retirada, e sinalizou que o antigo líder uruguaio poderá ficar com o equipamento “para o resto de sua vida”.

"Os prazos são muito incertos; vai depender da sua evolução — disse a médica, que também revelou uma “melhora discreta” em um quadro de insuficiência renal, algo que preocupa a equipe responsável por cuidar do ex-presidente neste momento".

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No final de abril, José Mujica, que governou o Uruguai entre 2010 e 2015,anunciou que havia sido diagnosticado com um câncer no esôfago, e iniciou imediatamente um tratamento com radioterapia — em julho, sua mulher, Lucia Topolansky, que o acompanha no hospital, disse que ele vivia “o momento mais difícil” do processo, mas que estava otimista quanto ao futuro. Em uma entrevista ao New York Times, no mês passado, revelou que, apesar dos médicos afirmarem que tudo correu bem, estava “destruído” após o processo.

A internação de quinta-feira foi a quarta visita dele ao hospital em duas semanas, quase todas as vezes por problemas digestivos: a decisão de realizar a gastrostomia, tomada neste sábado, foi tomada diante da dificuldade para se alimentar normalmente.

"Ele vai ficar aqui o tempo que puder, o que não é uma tarefa fácil. Ele entende a situação, a questão é que ele se sente melhor e quer voltar para casa", disse Pannone, ainda na quinta-feira. "Um dia ele está melhor, um dia ele sai da fazenda, outro dia ele não tem forças para sair. A gente se encontra nessa situação. Ele perdeu peso e perdeu massa muscular".

Neste sábado, a médica de Mujica disse que, apesar dos problemas relacionados à radioterapia, “não há evidência clínica” de que o tumor no esôfago persista, e que o ex-presidente “estaria em uma etapa de remissão neste momento”. Pannone revelou ainda que ele ele está "consciente", "lúcido", e que assistiu ao empate da seleção uruguaia com o Paraguai, na noite de sexta-feira, pelas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026.

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