José Mujica: a modelo lembrou que Mujica "é como é, muito simples, evita bastante o protocolo e a segurança, e por isso é de mais fácil acesso que outros presidentes" (Miguel Rojo/AFP)
Da Redação
Publicado em 6 de maio de 2014 às 08h37.
Montevidéu - Batizada por alguns como a "secretária sexy do presidente mais pobre" por seu trabalho na presidência uruguaia, a dançarina Fabiana Leis ganhou tantos admiradores como críticos por ter aparecido de roupa íntima em uma revista, onde elogiou o peculiar estilo de José Mujica.
"Nunca imaginei que estariam me chamando para tantos lugares, no máximo pensava atravessar o charco e ser conhecida na Argentina", afirmou Fabiana nesta terça-feira a Agência Efe, de 33 anos, no meio do alvoroço surgido em torno da entrevista que deu na semana passada à revista "Notícias", da nação vizinha.
Fabiana não só não escondeu seu desejo de fazer carreira no exterior como modelo ou dançarina, mas elogiou o governante uruguaio, famoso por sua austera forma de viver e por ter legalizado a maconha.
"Pepe (José Mujica) é do povo. Quando assumiu as pessoas o ovacionavam. É impressionante como o povo gosta dele", disse.
A modelo uruguaia, solteira e de 33 anos, esclareceu que é "apolítica", com o argumento que tem "que trabalhar com o governo que vier".
Atualmente é secretária no Palacio Estévez, uma das sedes da presidência uruguaia, localizada na Praça Independência de Montevidéu, ao lado da Torre Executiva, onde fica o escritório de Mujica.
Segura de si mesma e aparentemente tranquila ao burburinho que provocou, Fabiana não esconde que além de seu trabalho na função pública trabalha duro para triunfar no mundo do espetáculo.
De segunda a sábado, terminado o expediente às cinco da tarde ela vai para Punta Del Leste (a 140 km da capital, Santiago), onde se apresenta, e volta à capital uruguaia às cinco da manhã para trabalhar as 10h.
Mas ela respira aliviada porque essa vida dupla não significou problemas na presidência, onde começou a trabalhar depois de ter sido aprovada em um concurso público em 2002.
Como era de se esperar, um coquetel de trabalho tão explosivo não demorou a chamar a atenção da imprensa da América e da Europa.
"Recebi ligações de Brasil, México, Colômbia, Chile, Espanha, Estados Unidos, Argentina, Paraguai", contou, orgulhosa.
"O que espero de todo esse alvoroço é ter mais trabalho, não só aparecer, mas poder visitar outro países e trabalhar", confessou à Efe.
A jovem diz ter "claríssimo o que vende" e admitiu que seu caso "chamou a atenção" por seu "trabalho na presidência e a convivência com o presidente" uruguaio, que inclusive brinca com ela nos corredores, relatou.
"Ele me vê e em vez de dizer "Menina Feyvi", me diz "Menina Feia, que bom que está representando o país", e me afaga a cabeça. É muito carinhoso", revelou.
A modelo lembrou que Mujica "é como é, muito simples, evita bastante o protocolo e a segurança, e por isso é de mais fácil acesso que outros presidentes".
Fabiana encerrou a entrevista alfinetando quem se escandaliza com modelos que mostram o corpo como ela, "mas consome os corpos nus" que aparecem nos programas de entretenimento da televisão argentina.
"Não tem nada de ruim, não é denegri-se, nem é indigno fazer uma produção atrevida e mostrar determinados atributos que a mulher tem, é preciso se atualizar e se modernizar", concluiu.