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Mujica chama Néstor Kirchner de 'difícil' e cria polêmica

Comentários à publicação uruguaia se espalharam nas redes sociais e foram reproduzidos por seguidores e opositores da atual presidente argentina


	O presidente uruguaio, José Mujica, já havia causado polêmica esta semana
 (Juan Mabromata/AFP)

O presidente uruguaio, José Mujica, já havia causado polêmica esta semana (Juan Mabromata/AFP)

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Da Redação

Publicado em 6 de maio de 2014 às 08h48.

Buenos Aires - As novas declarações do presidente do Uruguai, José Mujica, que qualificou o falecido ex-líder argentino Néstor Kirchner de 'caolho bastante difícil', voltaram a gerar polêmica na outro lado da margem do rio da Prata.

Os meios de imprensa argentinos disseram que 'difícil' significa 'soberbo' no país vizinho e analisam o possível impacto que as declarações terão na relação bilateral.

'Altos funcionários do Executivo e legisladores governistas acham que por causa das declarações de Mujica haverá represálias por parte do Governo argentino. É preciso ver como a administração de Cristina Kirchner irá agir diante destes novos comentários', publicou hoje o jornal portenho 'Clarín'.

Fontes governamentais consultadas pelo jornal 'Perfil' insinuaram que, 'a partir de agora, tecer acordos será mais difícil'.

O Governo argentino mantém silêncio sobre as novas declarações do líder uruguaio.

Em entrevista divulgada neste fim de semana no Uruguai, Mujica negou que o ex-presidente Tabaré Vázquez tivesse tido problemas com a Argentina durante seu mandato.

'Ele não teve problemas com a Argentina, teve problemas com o caolho Kirchner, que era bastante difícil. Kirchner era difícil. Deus o tenha na glória', respondeu Mujica à publicação uruguaia 'Lento'.


Os comentários de Mujica correram como a pólvora pelas redes sociais e foram reproduzidos tanto por seguidores como por opositores da presidente argentina, Cristina Kirchner.

A polêmica continua depois que na quinta-feira o jornal uruguaio 'El Observador' divulgou em seu site um corte de voz gravado da transmissão ao vivo que o site da Presidência uruguaia tinha feito de uma entrevista coletiva de Mujica.

Aparentemente, sem perceber que os microfones estavam abertos, o líder comentou que 'esta velha (Cristina) é pior que o caolho. O caolho era mais político. Esta é obstinada', em suposta referência à presidente argentina e seu marido, Néstor Kirchner.

Esses comentários de Mujica foram qualificados como 'inaceitáveis' pela Chancelaria argentina através de um comunicado.

Suas palavras 'ofendem a memória e a posse de uma pessoa falecida, que não pode se defender', acrescentou o comunicado, que lembra que foram realizados 'por alguém que o doutor Kirchner considerava seu amigo'. 

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