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Mufti saudita pede unidade muçulmana em sermão

O mufti da Arábia Saudita em seu sermão por ocasião do "hajj" (peregrinação anual à cidade santa de Meca), convocou muçulmanos a se unirem frente aos "inimigos"


	Peregrinos muçulmanos na Grande Mesquita da cidade sagrada de Meca: "muçulmanos, preservem a unidade da nação islâmica em nível econômico, militar e cultural", disse xeque
 (REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa)

Peregrinos muçulmanos na Grande Mesquita da cidade sagrada de Meca: "muçulmanos, preservem a unidade da nação islâmica em nível econômico, militar e cultural", disse xeque (REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa)

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2013 às 10h24.

Riad - O mufti da Arábia Saudita, o xeque Abdulaziz al Sheikh, em seu sermão por ocasião do "hajj" (peregrinação anual à cidade santa de Meca), convocou nesta segunda-feira os muçulmanos a se unirem frente aos "inimigos".

"Povos muçulmanos, preservem a unidade da nação islâmica em nível econômico, militar e cultural para conseguir nossa auto-suficiência. Tenham cuidado com seus inimigos e seus enganos", disse Sheikh em seu tradicional discurso na mesquita de Al Nimra, junto ao Monte Arafat, em Meca.

Mais de um milhão e meio de muçulmanos escutaram suas palavras neste local, onde o profeta Maomé pronunciou seu último sermão, o "Jutbat al Wadaa", há quatorze séculos.

No Monte Arafat, também conhecido como monte do Tauba (arrependimento), os fiéis cumprem hoje um dos principais ritos do "hajj", no qual terão que expiar seus pecados, como se fosse o dia do juízo final.

O mufti advertiu que os inimigos do mundo islâmico, a quem não nomeou, querem dividi-lo e acabar com seus bens para controlá-los.

"Façam fracassar esses planos e preservem suas pátrias", clamou Sheikh aos fiéis.

Além disso, o mufti, máxima autoridade religiosa da Arábia Saudita, encorajou os ulemás (estudiosos) do islã a serem "sábios e valentes" para pôr fim aos conflitos "entre os irmãos do mundo muçulmano".

O religioso concluiu seu discurso com uma breve menção ao conflito sírio: "Que Alá faça triunfar nossos irmãos na Síria que foram agredidos".

Grupos de peregrinos chegaram desde o início da manhã no Monte Arafat, que teve a segurança reforçada. Soldados e voluntários se espalharam ao longo de seu percurso para indicar o caminho e organizar a circulação de fiéis.

A subida do Monte Arafat foi também vigiada do ar por vários helicópteros que sobrevoaram a zona.

Neste local, os peregrinos permanecerão o dia todo até o pôr do sol, vestidos com o "ihram" (roupa usada pelos muçulmanos em peregrinações) e repetirão várias vezes a invocação "Labbayk Allahuma Labbayk" (Aqui estou, oh senhor).

Neste ano Meca recebe menos peregrinos (1,6 milhão) em relação ao ano passado (2,8 milhões). As autoridades sauditas reduziram este número pelas obras de ampliação da Grande Mesquita da cidade e tornaram mais rígidos os controles de acesso.

Neste ano, também foram aumentadas as precauções para evitar o contágio da Síndrome Respiratória Coronavírus do Oriente Médio depois que 50 pessoas morreram desde que a enfermidade foi detectada em setembro de 2012.

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