Islâmicas usam véus: autoridade religiosa saudita afirmou que islamismo radical é o principal inimigo muçulmano (./Getty Images)
Da Redação
Publicado em 19 de agosto de 2014 às 15h16.
Riad - O mufti da Arábia Saudita, Abdul Aziz Al-Sheikh, que representa a máxima autoridade religiosa no país, disse nesta terça-feira que o islamismo radical é o primeiro inimigo dos muçulmanos e pediu a reforma do ensino para divulgar o islã moderado.
"As ideias do extremismo e do terrorismo (...) não têm, em absoluto, nada a ver com o islã e são seu primeiro inimigo, e os muçulmanos suas primeiras vítimas", declarou Al-Sheikh em comunicado emitido pela agência saudita "SPA".
Ele deu como exemplo deste fanatismo as práticas da organização radical Estado Islâmico (EI, ativo no Iraque e Síria), da Al Qaeda, e dos grupos que derivaram desta última formação terrorista. Além disso, explicou que Maomé ordenou a execução das pessoas que adotassem essas crenças.
O EI e a Al Qaeda, que pretendem estabelecer um Estado unificado dos muçulmanos e governado pela "sharia" (lei islâmica), adotam uma interpretação extremista dos textos do islã. Por isso, Al-Sheikh pediu que fossem realizados mais esforços no ensino, pregação e desenvolvimento para divulgar o islã moderado na Arábia Saudita.
Apesar dessa nova postura do líder religioso, a Arábia Saudita é um país no qual rege o "wahhabismo", corrente ultraconservadora do islã.