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Da Redação
Publicado em 23 de fevereiro de 2011 às 20h46.
Cairo - O Egito realizou mudanças nesta terça-feira em seu governo de transição, 12 dias após a queda do presidente Hosni Mubarak, suprimindo o polêmico ministério da Informação, mas mantendo os titulares da Defesa, das Relações Exteriores, do Interior e das Finanças.
Dez ministérios mudam de mãos, entre eles os de Petróleo, Cultura, Saúde, e Comércio e Turismo.
O ministério da Informação, muito criticado por ter estado no centro do aparelho de propaganda de Mubarak, despareceu.
Foi nomeado vice-primeiro-ministro Yahia Elgamal, um professor de direito constitucional octogenário, com fama de independente, que trabalhará ao lado do primeiro-ministro reconduzido ao cargo, Ahmed Chafic.
Permanecem os ministros das Relações Exteriores, Ahmed Aboul Gheit, o do Interior, Mahmoud Wagdi e o das Finanças, Samir Radwane.
O marechal Hussein Tantaoui, homem forte do novo poder, prossegue no cargo de ministro da Defesa.
Ele também dirige o conselho supremo das forças armadas, ao qual o presidente Hosni Mubarak passou seus poderes, ao anunciar sua demissão, em 11 de fevereiro, após 18 dias de revolta popular.
Foi diante dele, em uniforme militar, que os novos ministros prestaram juramento, durante cerimônia transmitida pela televisão de Estado.
Uma mostra da abertura à oposição foi dada na composição do novo governo, com a escolha de uma personalidade vinda do partido da esquerda moderada Tagammouh, o professor de economia Gouda Abdel Khaleq, que se encarregará da Solidariedade Social.
Um membro do partido de oposição liberal leiga, Wafd, Mounir Fakhir Abdelnour, ficará com o ministério do Turismo. Seu partido anunciou, no entanto, que ele fará parte do novo governo a título pessoal.
O muito impopular ministro do Interior da época de Mubarak, Habib el-Adli, acusado de ser um dos principais artífices da repressão às manifestações, também foi afastado. Estão examinadas medidas judiciais contra ele, em estado de detenção.
O exército, que suspendeu a Constituição e dissolveu o Parlamento, prometeu para os próximos meses uma revisão constitucional e eleições legislativas e presidencial.