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Muçulmanas levam debate de liberdade a Fórum Social Mundial

Muitas mulheres de países islâmicos aproveitam a presença de mulheres de todo o mundo para discutir a situação da mulher árabe


	O niqab, como é chamado, é traje obrigatório para as mulheres pertencentes a um grupo de muçulmanos
 (Fred Dufour/AFP)

O niqab, como é chamado, é traje obrigatório para as mulheres pertencentes a um grupo de muçulmanos (Fred Dufour/AFP)

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Da Redação

Publicado em 28 de março de 2013 às 18h17.

Túnis – A forte presença feminina no Fórum Social Mundial de 2013 colocou a discussão do direito das mulheres como um dos eixos centrais do evento, que ocorre na Tunísia durante esta semana.

Os véus e vestimentas típicas por todos os lados mostram que houve grande adesão das mulheres de países islâmicos ao fórum. Muitas aproveitam a presença de mulheres de todo o mundo para discutir a situação da mulher árabe.

A tunisiana Khaoula Ben Gayesse disse que é uma oportunidade única receber pessoas do mundo todo para discutir várias questões de direitos humanos. Para ela, o fórum deve jogar luz sobre a questão das mulheres no interior da Tunísia.

“Nós sempre falamos dos problemas das mulheres nas capitais. Mas nós temos que voltar nosso olhar para o problema das mulheres no interior. Elas sofrem muito mais do que nós, são discriminadas e não são lembradas, é como se não fizessem parte do país”, disse.

Dorra Bader usa uma vestimenta que deixa apenas os olhos à mostra. O niqab, como é chamado, é traje obrigatório para as mulheres pertencentes a um grupo de muçulmanos. Mas, ao usá-lo na faculdade, a estudante foi proibida de se formar.

A instituição informou que o traje não permite contato com o aluno. “Eu sou igual a todo mundo. Não quero ser tratada diferente por causa da minha religião, por ser mulher”, esbravejou Dorra.

Inquieta, a jornalista Houda Bostangi escutava o discurso de Dorra. Perguntada sobre o que a exaltava, disse que não quer que a Tunísia fique conhecida apenas pelo extremismo. Ela explica que a Tunísia tem um passado de liberdade política e religiosa, mas que, depois da Primavera Árabe, as mulheres começaram a perder direitos. “Eu saio na rua e me sinto insegura, não volto tarde, com medo de que algo possa acontecer”, disse ela.

Segundo Houda, aumentou o número de atos de violência contra as mulheres. “O espaço que deveria ser ocupado por ele [o governo], está sendo preenchido por organizações sociais. Queremos lutar aqui no fórum por uma melhoria dos direitos na Tunísia, não queremos retroceder com o novo governo”, completou.

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