O presidente egípcio deposto, Hosni Mubarak: as forças de segurança protegerão a mudança dos dois filhos do ex-mandatário e de Al Adli, que também estão reclusos no mesmo presídio. (AFP)
Da Redação
Publicado em 10 de maio de 2013 às 17h01.
Cairo - O ex-presidente egípcio Hosni Mubarak deve voltar no sábado ao banco dos reús pela morte de manifestantes durante a revolução que o derrubou em 2011, depois que há um mês um juiz se absteve do caso.
Mubarak enfrenta a repetição do julgamento ordenada em janeiro por um tribunal da apelação, que por sua vez anulou a prisão perpétua ditada contra o ex-mandatário e o ex-ministro egípcio do Interior Habib al Adli por irregularidades no processo.
A decisão judicial de 2 de junho de 2012 não contava com provas suficientes, segundo a defesa dos acusados, enquanto o Ministério Público exigia que fosse aplicada pena de morte aos culpados.
Mubarak também está sendo processado pela morte de mais de 800 manifestantes, assim como seis ajudantes do ex-ministro, que anteriormente tinham sido absolvidos.
Além disso, Mubarak, seus dois filhos Alaa e Gamal, e o empresário foragido Hussein Salem enfrentam acusações de enriquecimento ilícito relacionados com a venda de gás para Israel.
Em 13 de abril, o juiz Mustafá Hassan Abdullah se absteve de julgar Mubarak pela morte de manifestantes e transferiu a causa para um corte de apelação, que designou uma nova instância para que o processe.
O novo tribunal é liderado por Mahmoud el Rashidi, que permitiu a transmissão ao vivo pela televisão da sessão desde a Academia de polícia, situada nos arredores do Cairo.
Por sua vez, o ministro egípcio do Interior, Mohammed Ibrahim, elaborou um plano para proteger a sessão judicial, segundo explicou uma fonte de segurança, citada pela agência de notícias egípcia 'Mena'.
Essa iniciativa inclui o desdobramento de mais de 3 mil policiais e cerca de 24 veículos blindados, que protegerão a transferência, via helicóptero, de Mubarak desde a prisão de Tora à academia policial.
O procurador-geral egípcio, Talaat Ibrahim, ordenou em abril a mudança de Mubarak do hospital no qual estava internado para Tora para seguir cumprindo prisão preventiva após uma série de relatórios médicos.
As forças de segurança protegerão a mudança dos dois filhos do ex-mandatário e de Al Adli, que também estão reclusos no mesmo presídio.